Câmara dos Deputados Aprova 10% do PIB Para Educação.

Depois de ser aprovado em sua íntegra pela Comissão Especial do PNE, o Projeto de Lei 8.035-B de 2010, responsável pela criação do Plano Nacional de Educação, também foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, durante a reunião ocorrida nessa terça-feira (16). O PL segue agora para o Senado Federal e se não sofrer modificações já poderá ser sancionado pela presidência.

O destaque do PNE é a destinação de 10% do PIB  para a educação. Atualmente o Brasil investe apenas 5,1% do PIB no setor. A proposta inicial para o plano seria de 7%, contudo, os diversos segmentos organizados da sociedade, em especial o movimento estudantil, junto a diversos parlamentares, não acataram essa percentagem e prosseguiram nas negociações com o governo. A segunda proposta governista foi estipular o percentual de 8% para o setor, que também não foi acatada. As mobilizações continuaram e a sociedade continuou pressionando as autoridades até que finalmente, os deputados federais aprovaram o percentual de 10% do Produto Interno Bruto para a educação.

De acordo com o PL, a meta de 10% deve ser alcançada durante o prazo de dez anos e esse investimento envolve recursos federais e os orçamentos dos estados e municípios. Além de assegurar a utilização de 50% dos recursos do pré-sal, incluindo os royalties, diretamente na educação.

Entre as principais diretrizes do PNE estão a erradicação do analfabetismo; universalização do atendimento escolar, superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual; promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país e valorização dos profissionais da educação.

O governo federal afirma que não tem recursos suficientes para investir o percentual aprovado pelo PNE, no entanto, como suas propostas (7% e 8%) não foram acatadas e a tentativa de atrasar a aprovação do PL na Câmara dos Deputados também fracassou, podemos considerar que, nesse capítulo, a histórica luta por uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade venceu as restrições institucionais e sinalizou para o povo e para os movimentos sociais que para avançarmos nessa luta é preciso tomar as ruas e mobilizar as massas que ainda permanecem adormecidas.

39 Anos da Morte de Honestino Guimarães.

Símbolo da resistência estudantil durante o período de ditadura militar, Honestino Guimarães aos 26 anos e como presidente da UNE - União Nacional dos Estudantes e militante da APML - Ação Popular Marxista-Leninista, após sofrer ameaças, ser perseguido e viver por cinco anos na clandestinidade, foi preso no dia 10 de outubro de 1973 e "misteriosamente" desapareceu.

Nascido em Itaberaí, pequena cidade de Goiás, Honestino inicou na militância política desde os tempos de escola, militando pela Ação Popular e em movimentos sociais ligados à Igreja Católica. Aprovado em primeiro lugar para o curso de Geologia da UnB, posteriormente foi eleito para fazer parte do Diretório Acadêmico.

Em 1967, Honestino foi eleito como presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília (FEUB). Sua liderança e participação em greves, manifestações estudantis, distribuição de panfletos, pichações em muros e prisões lhe rendeu muito respeito em relação aos demais estudantes da UnB. E devido a essa atuação política, Honestino começou a ser perseguido pelos orgãos de repressão política.

Dois anos após ser eleito presidente da FEUB, foi eleito vice-presidente da UNE. Já em 1971 tornou-se o presidente da entidade. Com a tarefa de organizar os estudantes de todo país, Honestino se transferio para o Rio de Janeiro. Devido a sua luta contra o regime militar, passou a viver na clandestinidade até ser preso por agentes do CENIMAR - Centro de Informações da Marinha.

No dia 12 de março de 1996, sua família recebeu a certidão de óbito de Honestino. A data de sua morte foi preenchida com o mesmo dia em que foi preso pela ditadura, 10 de outubro de 1973. O documento também não citou a causa nem as circunstâncias de sua morte.

Hoje, Honestino Guimarães ainda é lembrado como um dos símbolos da história política brasileira e como um dos heróis da juventude e do movimento estudantil. Diante disso, relembrar sua história e trajetória política é sem dúvidas reviver uma época que ainda se encontra profundamente obscura para muitos que ainda esperam por justiça social e respeito à memória dos verdadeiros tribunos do povo brasileiro.

Honestino Guimarães! PRESENTE!!

FONTE: CEJU - Centro de Juventude Desenvolvimento e Cidadania

Em Olinda, Renildo Calheiros é Reeleito e Câmara Municipal se Renova.



A impressão de que Olinda teria pela primeira vez, uma eleição pouco disputada e sem debates, principalmente devido ao amplo leque de alianças que o prefeito conseguiu reunir em torno de sua reeleição, felizmente não passou de uma simples hipótese. Diferente dessa previsão, o processo eleitoral ocorrido no município foi notavelmente disputado e pautado pelo mais variados tipos de debates e discursos.

E há um mês das eleições, o povo que antes se encontrava apático e sem esperanças diante o pleito, aos poucos, passou a se envolver mais e a manifestar suas escolhas e opiniões, polarizando a eleição entre as candidaturas de Izabel Urquiza (PMDB), representando a oposição e Renildo Calheiros (PCdoB), postulante à reeleição. A medida que a população conhecia mais os candidatos, a fim de decidir corretamente o seu voto, a cidade caminhava para uma real possibilidade de segundo turno. Porém, a eleição foi decidida no mesmo dia e o prefeito Renildo Calheiros conseguiu ser reeleito, somando aproximadamente 51% dos votos válidos.

Nas eleições proporcionais, a situação também não foi diferente. Para a disputar uma das dezessete cadeiras existentes no legislativo municipal se inscreveram 318 candidatos. E no final da apuração, a opinião do eleitor resultou nos seguintes resultados: Dos parlamentares que já tinham mandatos, apenas oito foram reeleitos, havendo uma renovação de nove vereadores (mais da metade dos mandatos). Dentre esses novos vereadores, merece destaque a presença de duas mulheres, uma vez que a legislatura anterior era composta apenas por vereadores do sexo masculino.

Vereadores Reeleitos:
Biai e Marcelo Soares do PCdoB; Mizael Prestanista e Algério do PSB; Jonas Ribeiro do PR; Marcio Barbosa do PTdoB; Jorge Federal do PSD e Marcelo Santa Cruz do PT.

Novos Vereadores: 
Fernando MJ do PCdoB; Mônica Ribeiro e Riquinho Água e Gás do PDT; Professor Lupércio do PV; Nido Guabiraba do PTC; Jesuino do PSDB; Graça Fonseca do PR; Arlindo Siqueira do PSL e Joab Teodoro do PRP.

E diante desse novo quadro político, pode-se avaliar que a administração pública de Olinda com a reeleição Renildo Calheiros não terá muitas novidades, pelo menos no que diz respeito a relação da prefeitura com o Câmara Municipal, já que apenas um vereador eleito foi da chapa de oposição, no caso o vereador Arlindo Siqueira (PSL). Todos os demais vereadores compõem a base aliada. Além disso, o PCdoB, partido do prefeito, conseguiu eleger o maior número de vereadores, três no total, em seguida estão o PSB, PDT e PR que elegeram dois vereadores.

Entidades da Sociedade Civil Lançam Campanha Pela Liberdade de Expressão.


Na próxima segunda-feira ( 27), data em que o Código Brasileiro de Telecomunicações completará 50 anos, entidades da sociedade civil lançarão a campanha Para "Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo". 

A campanha vai reivindicar uma nova Lei Geral das Comunicações em defesa da pluralidade, da diversidade e igualdade nas condições do acesso à comunicação e à expressão da liberdade.  

A ação busca garantir o estabelecimento de uma regulação democrática e de políticas de comunicação no país. A atual legislação não promove a diversidade e o pluralismo e não põe em prática os princípios da Constituição Federal aprovada em 1988, que segue sem regulamentação para vários de seus artigos sobre a comunicação. 

Milhares de representantes da sociedade civil, empresários do setor e o poder público se reuniram em 2009, na I Conferência Nacional de Comunicação, para reivindicar mudanças no setor, e desde então a sociedade civil aguarda o lançamento de uma consulta pública sobre um novo marco regulatório para o setor. Embora tenha prometido ações para este ano, o Governo Federal segue sem nenhuma proposta pública sobre o tema. 

O lançamento da campanha contará, com debates, seminários, panfletagens e eventos no Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Aracaju, São Paulo e Maceió, além de site próprio (www.paraexpressaraliberdade.org.br) e ações nas redes sociais. 

Haverá também o lançamento do vídeo feito pelo Centro de Cultura Luiz Freire para a campanha, sobre o cordel “A peleja comunicacional de Marco regulatório e Conceição Pública na terra sem lei dos coronéis eletrônicos”. O vídeo e o calendário de atividades estarão disponíveis no site da campanha. 

Programação de lançamento:

Dia 27
Rio de Janeiro (RJ) 
Lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo - Vídeos, poesia, cordel, música e debate público.
Local: Cinelândia.
Horário: 17h.

Distrito Federal (DF) 
Debate Aniversário de 5 anos da Cojira-DF e lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo.
Local: SJPDF – Sindicato dos Jornalistas Profisssionais do Distrito Federal.
Horário: 19h30.

Recife (PE) 
Lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo.
Local: Museu Murillo LagGreca – Bairro Parnamirim.
Horário: 10h às 21 horas (a confirmar).

Aracaju (SE)
Lançamento da Campanha Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo - Panfletagem com presença de artistas locais e cordelista.
Local: Centro da Cidade.
Horário: 15h.

Aracaju (SE)
Debate sobre Liberdade de Expressão e Democratização da Comunicação, no Sindicato dos Bancários. Local: Sindicato dos Bancários - Av. Gonçalo Prado Rollemberg, 794/804 - Centro.
Horário: 18h30.

São Paulo (SP) 
Liberdade de Expressão para Quem? Ato lúdico em frente à prefeitura de São Paulo e caminhada até o Teatro Municipal.
Horário: 17h.

Lançamento da campanha e da plataforma e debate com Marilena Chauí e Rosane Bertotti (Campanha pelo Direito à Comunicação – FNDC).
Local: Sindicato dos Jornalistas de São Paulo – Rua Rego Freitas, 530 (sobreloja) – metrô República.
Horário:  19h. 

DIA 28 - Aracajú (SE) Lançamento da Plataforma para uma Comunicação Democrática em Aracaju.
Local: Sindicato dos Bancários - Av. Gonçalo Prado Rollemberg, 794/804 - Centro.
Horário: 18h30 

DIA 29 - Maceió (Al) 
Psicologia 50 anos e debate do Lançamento da Campanha Liberdade de Expressão.
Local: Rua Prof°. José da Silveira Camerino, 291.
Horário: 19h.

DIA 30 - Aracaju (SE) 
Seminário Nacional Democracia Direitos Humanos /Mesa Temática: Comunicação, Globalizações e Desenvolvimento. 
Local: Auditório da OAB/SE, no prédio da Caixa de Assistência dos Advogados Sergipe (CAA/SE), situado à Travessa Martinho Garcez, nº 71, Centro. 
Horário: 14 às 16h.

FONTE: CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.

As Câmaras Municipais e a Cidadania.

Enganam-se os que afirmam que os vereadores têm apenas a função de criar, emendar e revogar leis municipais ou suplementar a legislação federal ou estadual. Pelo contrário, a tarefa de um vereador vai muito além desse processo legislativo. E diante dessa afirmativa, devemos ter cuidado com essas afirmações, pois quando concordamos com elas, reduzimos o ofício dos parlamentares municipais, obscurecendo assim, os vários pressupostos que alicerçam a boa representação institucional da população de toda cidade. 

Esse tema torna-se mais polêmico quando passamos a avaliá-lo à luz do campo jurídico, âmbito esse que, por ser um mundo ainda restrito a uma pequena parcela da população, acarreta em um menor entendimento sobre a eficácia das leis ou o seu processo legislativo para a maioria dos cidadãos. Com isso, torna-se comum que a população em geral se acostume a enxergar os vereadores como apenas escritores de leis. E essa concepção faz com que ocorra um afastamento natural entre as câmara e o povo. 

Constitucionalmente todos os municípios reger-se-ão por suas Leis Orgânicas, que são votadas em dois turnos e aprovadas por dois terços dos vereadores que são escolhidos por meio do voto direto para um mandato de quatro anos, podendo esses se reelegerem ilimitadamente. O número de vereadores é proporcional a população de um município e obedecem a alguns critérios elencados pela CF/88. 

É na Câmara Municipal que os salários de cada legislatura é votado, além das despesas públicas destinadas a gastos como educação, saúde, cultura assistência social etc. É a casa do povo e os vereadores são os porta-vozes dos cidadãos. É por isso que as opiniões de todos os vereadores são invioláveis. A competência de legislar sobre os assuntos de interesse local e de fiscalizar os gastos públicos faz dos nossos vereadores os responsáveis direto pelos serviços municipais e pela qualidade de vida da população. É fundamental que os vereadores trabalhem em sintonia constante com o cotidiano do povo, para isso, os mesmos precisam ser bem acessorados e utilizar os seus mandatos para fiscalizar as ações e gastos do Poder Executivo municipal que é exercido pela prefeitura e suas respectivas secretarias. 

Tudo que um vereador faz reflete na vida dos cidadãos, justamente por isso, que esses parlamentares detém a responsabilidade de se manter em contato direto com o povo, pois suas atitudes enquanto parlamentar se relacionam diretamente com a gestão dos recursos públicos, que por sua vez, são produtos dos impostos pagos por todos os cidadãos. 

Nesse contexto, todos os cidadãos precisam desenvolver uma cultura política crítica e próxima das instituições públicas, propondo melhorias e trabalhando junto aos seus representantes. E para garantir que a efetividade dos serviços e equipamentos sociais é fundamental romper com antigas concepções que fazem da esfera pública uma redoma isolada do cotidiano das pessoas ou como um espaço destinado apenas em garantir dos interesses das classes dirigentes.

COMO OS VEREADORES SÃO ELEITOS? 

O sistema de eleição dos vereadores obdecem aos critérios da proporcionalidade baseada em uma lógica matemática que leva em conta os seguintes aspectos: quociente eleitoral, quociente partidário que são descritos na Lei Nº9.504/97. O primeiro define o número mínimo de votos para um partido ou coligação eleger um vereador e o segundo define sobre o número de assentos no legislativo que cada partido ou coligação terá após a apuração dos votos. 

Para calcular o Quociente eleitoral é preciso fazer a divisão dos números de votos válidos pelo número de vereadores existentes na câmara, desprezando os números à direita da virgula. Exemplo: Em uma eleição , um município contabilizou 5.077 mil votos válidos (ou seja, não considerando os votos brancos e nulos) e na câmara municipal existem 10 vereadores. Sendo assim, o Q.E desse município será igual a 507 votos, isto é, para eleger um vereador, os partidos ou coligações terai que ter no mínimo essa votação estabelecida. 

Por outro lado, o Quociente Partidário é calculado pela divisão do número de votos válidos que o partido ou coligação teve nas eleições pelo Quociente Eleitoral do município. Observe as tabelas abaixo:


De acordo com a tabela 01, podemos notar que somente 07 (sete) vagas foram preenchidas, restando ainda 03 (três) vagas para que o número de vereadores fique completo. Para resolver essa problemática, o sistema eleitoral administra os votos dividindo o número de votos dos partido ou das coligações pelo número de vereador que os mesmos elegeram somado mais um (Quociente Partidário + 1), a representação com maior média leva a primeira vaga. Observe o raciocínio a seguir:




Analisando as tabelas, podemos ter as seguintes conclusões: 
a) De acordo com a Tabela 1, o partido Y ocupará a primeira vaga ociosa. 
b) De acordo com a Tabela 2, o partido X ocupará a segunda vaga ociosa. 
c) De acordo com a Tabela 3, o partido Z ocupará a terceira vaga ociosa.

CONVITE: Plenária - Agora Só Falta Você!


A Escravidão Pós-Moderna e o Triste Retrato do Setor Privado da Educação.

Diante de uma profissão não regulamentada, de uma alta rotatividade nos postos de trabalho e de uma realidade salarial bastante deficitária quando comparamos a média da remuneração da categoria com o valor dos salários pagos em diversas outras práticas laborais, podemos afirmar que os professores da rede privada de ensino, de fato, estão sobrevivendo dentro de um ambiente marcado principalmente pela  insatisfação, precarização e desvalorização do trabalho.

E em virtude desse excessivo grau de exploração que abrange também uma jornada de trabalho que não se resume apenas ao período em que o educador se encontra dentro da sala de aula, grande parte dos professores e professoras estão passando a enxergar as novas tecnologias da educação, não mais como uma aliada à qualificação de suas práticas pedagógicas, e sim, como uma ferramenta de exploração que os patrões disponibilizam para maximizar os seus lucros em detrimento da saúde e do tempo do professor.

Devido a má administração e utilização dos recursos tecnológicos pelas escolas, os professores estão sendo obrigados a esticar ainda mais as suas "jornadas informais"de trabalho fora do ambiente escolar para realizarem atividades complementares e atender as solicitações dos seus alunos dentro das plataformas digitais construídas pelas escolas. E o que é pior, sem nenhuma remuneração por isso. 

Sobre esta realidade, podemos destacar a abordagem feita pelo sindicalista, Alberto Pinheiro¹ em seu artigo, Professor também é Teletrabalhador? que foi publicado pela revista "Conteúdo" (Maio/2012) que pertence à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (CONTEE). 

No artigo, Pinheiro destaca que: 
A prática do teletrabalho tem sido cada vez mais comum, principalmente nas escolas do setor privado, que possuem portais próprios, alimentados diariamente pelos auxiliares em educação e pelos professores. Embora recebendo a mesma remuneração, são obrigados a executar estas tarefas em casa, em período "full time" de trabalho, que pode ser interpretado como "escravidão pós-moderna" nas novas relações de produção (p.19).
Na prática, o que acontece é que os donos das escolas privadas oferecerem serviços como: acompanhamento de notas, frequências e conteúdos das aulas oferecidas por sua instituição através de sites e plataformas digitais. Tudo isso só tem uma consequência: aumento do valor cobrado nas mensalidades. Não se engane, pois esses tipos de serviços não contribuem para o melhoramento das aulas ou da didática aplicada pelos docentes, pelo contrário, eles podem trazer sérios riscos à qualidade do ensino, uma vez que geram impactos diretos na jornada dos professores, pois como sabemos, são eles que geralmente são os responsáveis em publicar as informações diárias sobre os alunos nas plataformas dessas escolas, mesmos estando fora do horário de trabalho.


No blog da CONTEE² destaca-se a avaliação de que atualmente a necessidade de preparação de aulas com recursos multimídia é uma atividade que demanda tempo e atualização constante - tanto dos educadores, quanto das ferramentas de hardware e software. E isso gera prejuízos aos professores, pois os mesmos têm que investir, com recursos próprios, em cursos ou capacitações para se atualizarem a essas novas exigências do setor, além de aumentar ainda mais o volume de suas responsabilidades e de suas jornadas de trabalho. Segundo a confederação, várias instituições de ensino pressionam seus professores para que produzam materiais para alimentar os websites e blogs, além da participação em fóruns e chats e respondendo os e-mails como uma forma de atendimento personalizado.


Não há dúvidas que esse triste retrato é fruto de um só problema, a não regulamentação do setor privado da educação, permitindo assim que os empresários do setor transitem em um território bastante fértil para a exploração do trabalho visando a obtenção de lucros significativos. Porém, a única forma de modificar essa realidade reside na mobilização e politização da categoria, para que assim, os professores despertem de sua inércia, enfrentem os seus patrões e se façam presentes nas lutas sindicais. Pois, assim como não existe educação de qualidade sem a valorização do professor, também não existe conquista de novos direitos, sem   organização coletiva e mobilização da classe trabalhadora.
___________________
1. Secretário de finanças da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Brasil Central.
2. http://algoerradonoensinoprivado.org.br

Eleições 2012: Renildo Calheiros (65) Para Olinda Avançar Ainda Mais.


Defensor de uma concepção de governo, pautado pela unidade das forças progressivas e pela democracia, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) apresenta a população de Olinda a candidatura à reeleição do prefeito Renildo Calheiros (65). 

Junto com o povo, contando com o apoio dos movimentos sociais e apoiado por uma ampla maioria de partidos políticos, Renildo Calheiros (65) atualmente é umas das principais representações da força e da linha política do PCdoB, partido esse que já é considerado como o principal responsável pela promoção de mudanças significativas e positivas para todos os cidadãos olindenses, além de transformar a cidade em uma notável referência para o desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil. 

E diante disso, toda direção da União da Juventude Socialista - Olinda vem declarar apoio e pedir para que todos votem no camarada, Renildo Calheiros (65), pois ainda existe um longo caminho para tornarmos Olinda a cidade que realmente queremos.

 Firmes na Luta e Saudações Revolucionárias!

O Papel das Associações de Moradores Para o Avanço das Políticas Comunitárias.


Dinâmico em suas práticas e dotado de uma grande capacidade de articulação e reivindicação visando melhorias sociais e soluções para os problemas cotidianos, o movimento comunitário ainda pode ser entendido como uma das principais ferramentas democráticas de defesa dos interesses coletivos de um bairro. E é diante desse contexto que encontramos as Associações de Moradores, que são instituições criadas pela iniciativa da população com a finalidade de se criar uma representação politica, frente a própria localidade e perante ao poder publico instituído. 

E na medida em que as contradições se fazem mais presentes e a carência na oferta de equipamentos e serviços sociais se tornam mais visíveis à população de um bairro, surgem as lideranças comunitárias, que são agentes legitimados para atuar nas Associações de Moradores, que nessas ocasiões, passam a ser consideradas como palco principal para as mobilizações e formulação de estratégias para a consolidação de um quadro de lutas e reivindicações. 

Historicamente, as Associações de Moradores foram instrumentos relevantes para a conquista da democracia no país. Assim como os sindicatos, partidos políticos, igrejas e entidades estudantis, o movimento comunitário também foi um importante foco de resistência aos regimes ditatoriais iniciados na década de 1960 e responsável pela implementação de uma nova relação entre o Estado e a sociedade civil. Indiscutivelmente, a história das políticas públicas no Brasil tem uma de suas origens nos movimentos de bairros. 

Diante disso, mesmo vivenciando uma outra realidade social, não podemos esquecer que o sucesso das políticas sociais devem ser compreendidas, principalmente pelo acúmulo de força e de articulação que o movimento comunitário e as Associações de Moradores conseguiram ao longo das últimas décadas. Pois independente dos novos espaços institucionalizados pela esfera governamental capazes de efetivar um diálogo permanente com representantes ou lideranças comunitárias autônomas, as Associações de Moradores são espaços dotados de relativa autonomia em relação aos partidos e aos governos, e isso faz com que as políticas sociais não se confundam ou se tornem ações meramente assistencialistas, eleitorais ou paternalistas. 

E nessa conjuntura, torna-se fundamental o reconhecimento das Associações de Moradores como organizações capazes de incorporar elementos como: legitimidade, igualdade e transparência dentro da luta política e fortalecendo assim, a busca pela superação das carências e das desigualdades sociais.

Nas Eleições Municipais a UJS-Olinda tem Lado, Voz e Candidatos.




Após um vitorioso congresso municipal  e uma ampla participação nas demais estapas congressuais (estadual e nacional) a União da Juventude Socialista - Olinda apresenta á sociedade sua opinião a respeito das eleições municipais do ano de 2012, com o lançamento da candidatura de Matheus Lins (65.000) à Câmara dos Vereadores e defendendo a reeleição de Renildo Calheiros (65) para a prefeitura.

Fruto de um longo processo de debates e alianças com outros setores e movimentos sociais, a candidatura de Matheus Lins (65.000) significa para UJS-Olinda a sua efetiva legitimação, enquanto instrumento de representação juvenil, como também, o amadurecimento político da entidade perante as demais forças políticas que compõem a sociedade olindense.

O Desafio e a Construção de Uma Nova Política:

Ao contrário das eleições anteriores, a direção da UJS-Olinda avalia que, visto o histórico de atuação da entidade dentro do município nos últimos 16 anos, não resta nenhuma dúvida que a organização está preparada para defender uma candidatura, proveniente dos movimentos juvenis, à câmara dos vereadores.

Sabemos que a juventude precisa, mais do que nunca, ser bem representada dentro da cidade, além disso, estamos convencidos de que é fundamental enfrentar com muita ousadia o desafio de construir uma "nova política" para o município. E diante disso, apresentamos o candidato, Matheus Lins (65.000) como a melhor alternativa para a concretização de um projeto político vitorioso e que tenha o objetivo de elevar a qualidade de vida do povo olindense.

A atual conjuntura política e econômica da cidade é muito positiva e favorável para avançarmos ainda mais. Em virtude da atual gestão, a Frente Popular está unificada em torno da reeleição de Renildo Calheiros (65), unindo assim uma ampla maioria de partidos políticos e movimentos sociais. Essa realidade pode ser entendida como produto de um governo forte, democrático e popular que  faz do município uma referência para o desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil.

Os investimentos e as obras provenientes do governo federal e estadual é uma realidade visível para os moradores de todos os bairros de Olinda, fazendo com que a qualidade de vida da população venha melhorando cada vez mais. Contudo, existem novos desafios que precisam ser incorporados na agenda pública municipal, para que os avanços não parem por aqui. E para isso, é fundamental contarmos com um Poder Legislativo forte e de grande competência. A população olindense necessita de uma Câmara de Vereadores capaz de responder à altura aos novos desafios e demandas municipais, e justamente por isso, a UJS-Olinda defende Matheus Lins (65.000), como o vereador da juventude, das mulheres, dos negros, dos trabalhadores e de todo povo da cidade.


Por fim, acreditamos que a Câmara dos Vereadores pode jogar um papel mais relevante para o desenvolvimento da cidade. Não podemos mais contar com um legislativo amorfo, limitado e resumido apenas a política de caráter assistencialista. E nada melhor que a ousadia da juventude para transformar essa realidade. Matheus Lins (65.000) é o candidato que vai representar os novos desafios de Olinda nos espaços de poder e decisão, construindo assim, uma "nova política" e fortalecendo a luta por um efetivo projeto nacional de desenvolvimento econômico e social.


O Candidato:

Matheus Lins (65.000)é o secretário de organização da direção estadual da UJS/PE e vice-presidente da UJS-Olinda. Foi protagonista no processo de reconstrução da União dos Estudantes de Pernambuco - UEP, além de ser referência política para as demais entidades estudantis e juvenis dentro do estado. Como educador, Matheus Lins (65.000), devota boa parte da sua vida trabalhando com jovens de diversas idades, adquirindo uma larga experiência no trabalho e no diálogo com os movimentos juvenis.


Além disso, Matheus Lins (65.000), participou ativamente da campanha pelos 10% do PIB para a Educação, projeto esse que foi incorporado ao PNE - Plano Nacional de Educação e aprovado pelos deputados federais no dia 26 de junho em Brasilia.

No campo das políticas sociais, Matheus Lins (65.000) foi protagonista na consolidação do Orçamento Participativo dentro de Olinda, sendo um dos responsáveis pelo planejamento e implementação desse programa que é responsável por grande parte das políticas públicas executadas dentro do município.

Movimento Estudantil Chileno Se Prepara Para Novas Mobilizações no País.

Organizações e movimentos de estudantes chilenos/as iniciam, neste mês, o que chamam de "segundo tempo” da mobilização estudantil. Convocadas na semana passada, as manifestações pretendem denunciar e rechaçar a educação como forma de lucrar. A primeira atividade já está marcada para ocorrer nesta quarta-feira (20) e os/as estudantes já planejam outra ação no dia 28 deste mês. 

De acordo com informações da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (Fech), a convocatória à nova fase da mobilização estudantil ocorreu no último dia 13 na casa central da Universidade Católica com a presença de representantes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundaristas (Aces) e Coordenadora Nacional de Estudantes Secundaristas (Cones). 

Na ocasião, secundaristas e universitários/as decidiram que as manifestações terão foco no rechaço ao modelo de educação que privilegia o lucro. A primeira atividade será uma marcha programada para ocorrer nesta quarta-feira (20) com concentração na Praça Italia, além de reflexões em diversos liceus sobre a demanda de "desmunicipalização” do sistema educacional. No dia 28, uma jornada de protesto nacional também contará com uma marcha saindo da Praça Italia. 

Os/as estudantes consideram que o problema enfrentado pela educação chilena é sistemático e geral. Além disso, destacam que o lucro na educação é uma problemática que afeta não só o ensino superior do país, mas também o nível secundário.  

Crise na Universidade do Mar:

Durante a convocatória das mobilizações, as organizações estudantis chilenas ainda citaram o caso da Universidade do Mar, instituição de ensino que vive uma crise após a denúncia do ex-reitor Raúl Urrutia. O então reitor denunciou justamente o fato da instituição privada de ensino superior privilegiar o lucro dos donos do estabelecimento em detrimento da qualidade do ensino e do pagamento de seus funcionários. 

No final de maio, Urrutia divulgou uma carta renunciando ao cargo de reitor da Universidade do Mar devido à falta de investimento na instituição. O ex-reitor denunciou que os donos da Universidade preferem priorizar o pagamento de arrendamento das sedes utilizadas pela instituição ao pagamento de professores/as e funcionários/as. 

De acordo com Urrutia, em maio, quando a Universidade ainda tinha mais de $250 milhões em dívidas com seus funcionários e as dívidas de pensão já alcançava os $554 milhões, os donos pagaram $600 milhões às imobiliárias pelo arrendamento das sedes, muitas dessas empresas, inclusive, pertencem aos próprios proprietários da Universidade. 

"Esta reitoria considera que os atuais controladores não têm interesse algum na tarefa universitária, o que se explica pelo baixo investimento nela que permita entregar uma educação de qualidade”, destacou Urrutia na carta em que renunciou ao cargo de reitor. 

Fonte: Adital.
Por Karol Assunção.

Contribuição da UJS-Olinda ao 16º Congresso Nacional.

#vaidarcerto
 
Foi na primeira reunião para se discutir a construção do 8º congresso municipal de nossa entidade, que essa "hashtag" veio para bombar as redes sociais e dar gás a nossa juventude que luta e acredita ser possível mudar, organizar e discutir os rumos que o país vem enfrentando, com consciência e rebeldia, lutando contra as desigualdades sociais e injustiças. A hashtag bombou nos TT'S Pernambuco afora e nós construimos o maior congresso da história da UJS olindense, contribuindo massivamente no 14º congresso estadual, bem como participando ativamente do nosso congresso nacional que tem o objetivo de dar os rumos que a UJS vai tomar nos próximos dois anos.

De malas prontas, barracas em mão, passagens compradas, junto com o anseio de chegar no Rio de Janeiro para nosso glorioso congresso nacional para mostrar a cara da juventude de Olinda vindo de vários debates dentro de escolas, universidades, movimentos de bairro, galera do Hip Hop, jovens mulheres, LGBT, entre outros movimentos; começamos nosso congresso dividindo nossa galera nos gd's de discussões para assim colocar nossas propostas e somar junto a direção nacional para lutar por um Brasil dos nossos sonhos.

Dentro de uma programação extensa onde ocorreram debates e discussões de todas as frentes de atuação, vale destacar a participação da nossa bancada nos grupos e gd's de cultura lembrando o papel protagonista em que a juventude pernambucana teve nesse encontro chamando a responsabilidade da construção da próxima bienal de cultura da UNE em nossa capital (Recife) e na sua cidade irmã e 1º capital brasileira de cultura (Olinda). No movimento secundarista, destaque para o nosso diretor da UMES, Jader Piero, que mostrou segurança no debate sobre uma nova escola para um novo Brasil.

No debate sobre jovens trabalhadores não podíamos deixar de falar da presença de Letícia Menezes, tendo papel de destaque, a diretora do movimento universitário e presidente da UNEL (união dos estagiários de licenciatura) fez valer a força dessa juventude que trabalha, estuda e ainda tem tempo pra militar nas suas frentes de atuação. Sem deixar de lembrar de Guilherme Carapeba, Wellington lima, Hugo Fulco e demais membros da UJS municipal que tiveram papel de firmeza em cuidar da nossa bancada num dos maiores congressos da nossa gloriosa entidade. Firme na luta por um Brasil dos nossos sonhos!

Por: Felipe Cabus

26 Alunos da Unifesp de Guarulhos Estão Presos na Polícia Federal.


Vinte e seis alunos do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de Guarulhos, na Grande São Paulo, estão detidos desde esta quinta-feira (14), na sede da Superintendência da Polícia Federal, na zona oeste da cidade. 

A União Nacional dos Estudantes emitiu uma nota nesta sexta-feira (15) exigindo a liberdade imediata dos estudantes.Segundo a entidade, eles se organizavam pacificamente por melhorias em seu campus, quando foram abordados de forma absolutamente truculenta pela despreparada corporação policial desse estado, recente protagonista de outros lamentáveis episódios de violência contra jovens, a universidade e a população mais vulnerável. 

Diversos estudantes foram feridos e os detidos foram acusados do crime de formação de quadrilha, um ataque inaceitável ao princípio democrático de liberdade de expressão e à Constituição Federal, remontando às piores lembranças do movimento estudantil durante o regime militar de exceção. 

A UNE preocupa-se, especialmente, com trecho na qual é mencionado um acordo não conhecido publicamente entre a Polícia Militar do Estado e a Polícia Federal para a intervenção no campus, o que violaria o princípio da autonomia universitária e a legitimidade das ações do estado em diferentes esferas”, diz a nota dos estudantes. 

Fonte: Vermelho.

Por um Sistema Educacional Emancipador!

Em pleno ano de eleições municipais, a população brasileira, e principalmente os movimentos juvenis, novamente testemunharam o adiamento da votação do Plano Nacional de Educação (PNE), documento que é responsável em alicerçar todas as metas para a educação brasileira durante os próximos dez anos, ficando cada vez mais nítido que o investimento público em um sistema educacional com finalidade de emancipar socialmente e politicamente os cidadãos brasileiros, ainda não é interesse de nossas elites qe se enraizaram em todas as esferas dos poderes políticos.

Já não bastava, a tamanha falta de respeito, por parte do Estado, em desconsiderar importantes propostas construídas pela Conferência Nacional de Educação (Conae) e em propor míseros 7,5% do Produto Interno Bruto para o setor educacional. Agora, remarcar a data de votação do Plano Nacional de Educação para, quem sabe, próximo dia 12 do mês de junho é de fato, está fazendo o povo brasileiro de idiota e reafirmar que a educação nao é prioridade política.

Entretanto, ainda insisto em acreditar que o antigo sonho de um sistema educacional de qualidade e eficaz é possível, mas, quando nos deparamos aos descasos, aos baixos índices e rendimentos da educação brasileira ou quando comparamos as nossas estatísticas educacionais com a de outros países mais pobres (vide os índicadores sociais cubanos, onde o analfabetismo é zero), não há possibilidades de não ficar inquieto e hostil a todas as falácias governamentais.

Como pensar em desenvolvimento social e econômico em uma nação que investe apenas 5,1% do PIB na educação? A taxa de analfabetismo da população adulta é de 9,7%, segundo os dados da Uneso e o acesso ao ensino superior é de 33% da população absoluta. Enfim, nossos indicadores nos trazem péssimas perspectivas para os dias que estão por vir.

Portanto, mesmo ainda distante da realidade ideal, nós, enquanto cidadãos, oriundos das classes de trabalhadores e trabalhadoras, precisamos relembrar as sábias lições aristotélicas e nos considerarmos virtuosos "animais políticos". E a luta contra os interesses das nossas elites que insistem em sucatear as nossas escolas e universidades tem que ganhar cada vez mais corpo, e principalmente, as ruas. As nossas inquietações necessitam ser externadas, especialmente nesses anos eleitorais, já que toda a mediocridade e hipocrisia estão manifestas em diversos discursos  reacionários que infelizmente ainda temos que escutar.

Pois bem, não adianta mais adiarmos o debate sobre a educação, pois a realidade concreta está exigindo transformações. Assim, debater sobre as políticas educacionais que, historicamente são alicerçadas pela desvalorização do professor e pelos investimentos notoriamente debilitados é essencial para âmbito da luta de classes. Não se enganem, pois mesmo no campo da municipalidade, podemos sim, formular as críticas necessárias para desmascarar as mazelas sociais derivadas da má distribuição das nossas riquezas nacionais.

Nova Presidenta do Conjuve Defende Política Efetiva Para Jovem.


Consolidar e normatizar direitos dos jovens brasileiros e tornar as políticas de juventude uma questão de Estado – e não mais à mercê da boa vontade de governos. Estas serão algumas das prioridades da gestão da nova presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Ângela Guimarães. Mulher, negra e nordestina, ela tomou posse na semana passada, avançando mais um degrau na sua trajetória marcada pela atuação não só na área de juventude, como também na luta antirracista. 

Em um país em que cerca de 50 mil jovens são mortos de forma violenta por ano – a maioria negros – e no qual o desemprego entre jovens é cerca de três vezes maior que no restante da população, Ângela pretende trabalhar para enfrentar essa realidade. Para isso, afirma que será necessária muita articulação, pressão e mobilização. 

Criado em 2005, o Conjuve é responsável por “formular e propor diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude, desenvolver estudos e pesquisas sobre a realidade socioeconômica dos jovens e promover o intercâmbio entre as organizações juvenis nacionais e internacionais”. 

Segundo Ângela, trata-se do “guardião” das resoluções aprovadas na Conferência Nacional de Juventude, cuja última edição aconteceu em dezembro de 2011. “O Conselho tem o grande desafio de fazer essas propostas virarem realidade”, conta. 

Nesta entrevista ao Vermelho, ela fala da necessidade de aprovar o Estatuto da Juventude e, em seguida, o Plano Nacional de Juventude. Ambos tramitam no Congresso Nacional há anos. As duas matérias, quando aprovadas, serão mais um passo para institucionalizar as políticas para juventude. 

Até 2005, quando foi criado não só o Conselho, mas também a Secretaria Nacional de Juventude e o Projovem, a juventude era vista, no Brasil, apenas como uma fase de transição entre a adolescência e a vida adulta. Em função do Estatuto da Criança e do Adolescente, as políticas públicas contemplavam pessoas até 18 anos. A partir dessa idade, todos passavam a integrar o grupo de adultos, sendo incluídos nas políticas universais, sem qualquer reconhecimento às suas particularidades. 

Ângela, que é baiana, é militante do PCdoB naquele Estado e já integrava o Conjuve desde 2007. Até 2010, ela fazia parte do conselho como representante da sociedade civil. A partir do ano passado, passou a fazê-lo como membro do governo federal. Ela é secretária adjunta nacional da Juventude. Foi dirigente da União da Juventude Socialista (UJS) e da União de Negros pela Igualdade e coordenadora geral do DCE da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

O atual presidente da Unegro, Edson França, saudou a escolha da nova presidente. “Para nós é super importante. Ângela é uma menina que ajudou a construir a Unegro, ela é dirigente, foi membro da executiva nacional. Bom seria que existissem mais Ângela. E melhor ainda se não precisássemos comemorar algo que é tão comum para os brancos”, declarou. 

Confira abaixo a entrevista com Ângela: 

Portal Vermelho: O que você aponta como principais conquistas da juventude, desde a criação do Conjuve, em 2005? 

Ângela Guimarães: É importante valorizar estes seis anos de existência do Conselho, porque data deste período a institucionalização de uma política para a juventude. Ali foi dado o start para que o Estado começasse a tratar a juventude como prioridade, a pensar e executar ações de forma articulada. Hoje temos nos diversos ministérios algum tipo de política com recorte juvenil. Desde a sua criação, o Conselho tem bandeiras concretas para garantir direitos da juventude. Em 2010, por exemplo, conseguimos incorporar a juventude na Constituição, através da Emenda Constitucional número 65. [A Emenda inseriu o termo "jovem" no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição, assegurando ao segmento direitos já garantidos constitucionalmente às crianças, adolescentes, idosos, indígenas e mulheres.] Também conseguimos realizar dois grandes processos de participação popular, as duas Conferências Nacionais da Juventude, além de articular uma Rede Nacional de Conselhos de Juventude. Hoje, conseguimos dar visibilidade às demandas da juventude enquanto segmento importante e estratégico, que começa a ser tratado como sujeito de direitos e não só com aquelas políticas que viam o jovem como um problema social – como com política para droga, para violência –, que era uma marca comum até o passado recente. 

Portal Vermelho: Você está assumindo agora, após a realização da 2ª Conferência. Que bandeiras foram defendidas lá e agora devem colocadas em prática? 

Ângela: O conselho é o guardião das resoluções da Conferência. E o conjunto das propostas desta última Conferência demonstra duas coisas pelo menos. Uma é a afirmação da pauta juvenil, porque a gente envolveu um grande número de grupos, organizações e movimentos, então há uma pluralidade grande de segmentos representados. A outra coisa que ficou clara é uma preocupação da juventude não só com o seu próprio destino – com seu acesso à educação, à cultura, ao esporte – mas a preocupação com os grandes problemas nacionais. Então saíram muito fortes dessa conferência as bandeiras pela democratização dos meios de comunicação, pelas reformas agrária e urbana, por uma educação que esteja a serviço do país, conectada com desafios do desenvolvimento local e regional. Então são resoluções que mostram que os jovens pensam a partir de suas próprias demandas, mas conseguem alargar suas bandeiras para o Brasil como um todo. 

Portal Vermelho: Qual a importância de conseguir aprovar o Estatuto da Juventude? 

Ângela: O Estatuto já foi aprovado na Câmara e na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Já foi comprovada a constitucionalidade e agora ele tramita em mais duas comissões. Vai para uma discussão mais de mérito, que é a briga boa que vamos ter aí com nossos senadores. O Estatuto normatiza e regulamenta os direitos da juventude. Porque, até então, quando falamos que o jovem é sujeito de direitos, são quais direitos? Onde está escrito isso? Assim como aconteceu com o processo das crianças e adolescentes, que, a partir da aprovação do ECA, impulsionou a responsabilização do Estado, a mobilização da sociedade, a articulação para cobrar do Estado a concretização de direitos, para a juventude isso também é real. O Estatuto fala, por exemplo, do direito dos jovens ao acesso à universidade. Porque o Brasil, apesar de ter dobrado a presença de jovens nas universidades nos últimos dez anos, ainda está bem abaixo, em comparação com outros países do continente. Então o Estatuto regulamenta direitos que não estão explícitos em outros lugares. E vem também para estabelecer os conselhos como espaço de articulação, interlocução e controle social para monitoramento das políticas. Porque, até então, a gente vive da boa vontade do governante e da pressão política dos movimentos. Então há estados que têm conselho, outros não. Por que não todos? Porque ainda não é uma política de Estado, é uma política de governo. A principal vitória da aprovação do Estatuto será isso, transitar de política de governo, para a política de Estado. Assim como, num futuro próximo, também será a aprovação do Plano Nacional de Juventude. 

Portal Vermelho: Em que pé está o Plano e o que ele significa para a juventude? 

Ângela: O Plano existe e, assim como o Estatuto, tramita há sete anos no Congresso. Mas ainda não saiu da Câmara. Vai ser nosso próximo objetivo pós-Estatuto. O Plano estabelece os compromissos com o jovem - através de metas, responsáveis, orçamentos do Estado brasileiro. Ali você ataca as questões do acesso à educação de qualidade, do acesso à universidade, ao mundo do trabalho, às condições dignas de trabalho. São instrumentos fundamentais para amarrar as responsabilidades do Estado, independentemente do governante que esteja no poder.

Portal Vermelho: Você citou a questão do jovem no mercado de trabalho. Esta é uma preocupação que será trabalhada pelo Conselho? 

Ângela: Tem outras duas pautas que eu queria chamar a atenção, que já vêm sendo tocadas pelo Conselho, mas adquirem agora um ar de maior prioridade. Uma delas diz respeito às políticas para o enfrentamento à violência, que atinge a juventude em grande magnitude e, principalmente, a juventude negra. Essa é uma bandeira dos movimentos, que vêm denunciando isso há quase 30 anos. Esta bandeira apareceu como prioridade número um da primeira conferência e também esteve forte da conferência do ano passado. O próprio governo hoje já projeta um conjunto de ações articuladas que venham a atender essa demanda. Mas elas ainda estão em processo de preparação, para serem executadas a partir de agosto. E o Conselho deve entrar com bastante força aí. É uma questão urgente, um problema grave nacional. Não combina o Brasil desenvolvido em que a gente vive hoje, com esse alto contingente de morte, porque não estamos em guerra civil, nem em nada que o valha. Além do impacto humano, há um impacto econômico também. Há perdas altíssimas para o desenvolvimento do país, porque o jovem está no seu melhor momento produtivo e de desenvolvimento intelectual. Então você está perdendo pessoas que estão deixando de contribuir com pesquisa, nas universidades, no mundo do trabalho. 

Portal Vermelho: E qual é a outra pauta que você queria destacar?
Ângela: A outra é a implementação de uma agenda pelo trabalho decente para a juventude, que é muito preciosa para a gente, pelo simples fato de que vivemos no Brasil um nível de desenvolvimento que vem gerando cada vez mais oportunidade de emprego formal. Mas persiste a situação de precarização do trabalho do jovem, que é admitido com menores salários, maior grau de exploração de sua mão de obra e altas jornadas diárias de trabalho, que impossibilitam às vezes a continuidade dos estudos e um mínimo de tempo livre. Além do problema da alta rotatividade também. Se o mercado de trabalho tem algum refluxo, o primeiro a ser demitido é o jovem. Estamos discutindo há tempos com o Ministério do Trabalho, e há esse compromisso do mais jovem ministro da Esplanada hoje, que é o Brizola Neto, de que essa seja um pauta prioritária dele também. Ele tornou público este compromisso na minha posse. 

Portal Vermelho: Para levar adiante essa agenda será necessária a pressão da juventude? Ângela: É preciso sim muita pressão, muita articulação, muitas campanhas. Estamos pensando em como fazer. Essa gestão tende a ser uma gestão bastante “campanhista”, como eu costumo dizer. A gente deve fazer muita campanha, pela aprovação do Estatuto, da Reforma Política, por exemplo, que foi outro tema que saiu como prioridade da Conferência. Porque o jovem também está preocupado com os rumos da política no país. Por exemplo, com tantos segmentos sobrerrepresentados, por outro lado, o nosso Parlamento é o que tem o menor número de jovens, negros e mulheres, que são grupos expressivos da sociedade. 

 Fonte: Vermelho

Sobre o VIII Congresso da UJS-Olinda.

Mais de mil jovens olindenses se reuniram nessa última sexta feira (11/05) no VIII Congresso Municipal da União da Juventude Socialista, entidade fundada na década de 1980 com o intuito de politizar a juventude brasileira e defender a construção de um mundo socialista. Organizado bienalmente, o congresso municipal é uma das etapas congressuais promovida pela entidande antes do congresso estadual e da etapa nacional. E é por meio dessa grande mobilização local, regional e nacional que a UJS se fortalece, reafirmando suas bandeiras de lutas e renovando seus métodos e suas direções.

A União da Juventude Socialista se solidificou no âmbito dos movimentos sociais brasileiros, principalmente dentro do movimento estudantil, secundarísta e universitário nos anos posteriores ao fim da ditadura militar no Brasil. Aglutinando e debatendo com millhares de jovens de todas as regiões, os dirigentes da UJS sempre se destacaram pela sua ousadia e coragem de encarar os desafio e dificuldades oriundos da militância de esquerda pautados principalmente pela ideologia política do Partido Comunista.  Foram esses jovens socialistas que protagonizaram momentos de grande relevância em nossa recente história política, haja vista a geração "cara pintada" que gritou pelo "Fora Collor" ou a luta pela reforma na educação, momento em que vários grêmios estudantis e diretórios acadêmicos mobilizaram estudantes de todas as partes para denunciar a falência do modelo de educação implementada pelos governos neoliberais de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Foi a União da Juventude Socialista a responsável em gritar pela necessidade de políticas voltadas especificamente para os jovens brasileiros, pois era essa parcela demográfica que estava sofrendo diretamente com a violência, a marginalidade, o vício, o desemprego e principalmente o despreparo intelectual e profissional. E diante desse quadro, os congressos estudantis foram espaços de notável relevância para a manifestação dessas bandeiras, pois eram nesses locais que os jovens podíam debater política e externar os seus anseios para a sociedade.

Após a eleição do ex-presidente Lula, muitas conquistas foram concretizadas para a vida de milhares de jovens brasileiros, principalmente no campo educacional, com a construção de escolas e universidades e a contrbuição da UJS nesse processo foi fundamental. Contudo, mesmo diante de um quadro social otimista, a UJS ainda enxerga que os problemas da juventude brasileira são bastante amplos e complexos e que o Brasil com a "cara" da juventude ainda é uma realidade distante. E é por isso que, mesmo salvaguardando os antigos espaços de participação política da juventude, como os congressos estudantis e contribuindo nos novos espaços, como as conferências de políticas públicas para a juventude, a UJS se permite ir mais além e ainda encontra fôlego para construir, a cada dois anos, os seus congressos, municipais, estaduais e nacional. Ficando assim, mais próximo da juventude, escutando e presenciando de perto os seus  problemas e fazendo com que várias outras pessoas possam conhecer, legitimar e fazer parte dessa grande entidade política.


A Expressão, "Nas Redes e Nas Ruas" foi escolhida como o tema para  nortear o 16º Congresso Nacional da entidade, transparencendo assim uma constante preocupação em dialogar com toda a juventude, à luz da realidade concreta, assim, ao enxergar a notável participação dos jovens dentro do cyberespaço, principalmente nas redes sociais, a UJS passou a utilizar ainda mais a internet para trocar experiências com vários outros jovens e mobilizar ainda mais a juventude para a luta por novos direitos e conquistas. As redes sociais tiveram nos últimos tempos um papel relevante para a propagação de temas que não são debatidos pelos meios de comunicação tradicional. A realidade de muitos jovens brasileiros não era retratada da forma certa pelas emisssoras, pelos jornais ou pelas revistas, pelo contrário, o enfoque juvenil sempre são pautados por um teor conservador e alienante, entretanto, os jovens se empossaram da internet, conseguindo expressar as suas opiniões para vários outros jovens e assim, ferir o monopólio midiático do país. A UJS enxerga isso com bons olhos e convida toda a juventuda para esse debate.

Em Olinda, as coisas não se diferenciaram de tudo o que foi exposto, e a grande prova disso aconteceu no congresso municipal da UJS, onde mais de mil jovens se reuniram para discutir política, além de participarem de várias atividades de lazer. E diante de todo esse debate, a nova direção da UJS-Olinda foi eleita com aclamação unânime de todos os delegados e delegadas que estavam credenciados no evento, sendo postos, os novos desafios para todos que contróem a gloriosa União da Juventude Socialista.

8º Congresso da UJS - Olinda.


O maior evento juvenil da cidade de Olinda. Começa as 9h com um representativo Ato Político em defesa da Juventude Olindense. A tarde vão acontecer várias oficinas e debates (Hip Hop, Esportes Radicias, Teatro de Rua e Artes Maciais). No final da tarde tem a Plenária Final e depois a apresentação da banda marcial da Escola Ministro Marcos Freire e de duas bandas do momento. Compareça!

Nação Hip-Hop Convida Para 8º Congresso da UJS-Olinda.


8º congresso da UJS Olinda



Nessa sexta-feira (11 de maio), a União da Juventude Socialista (UJS) realiza seu 8º Congresso na Capital Brasileira da Cultura, Olinda. Muitas atividades já estão confirmadas. O congresso começará as 9h da manhã com um ato politico, que contará com a presença de importantes lideranças políticas da cidade, além de representantes de entidades dos movimentos sociais. Logo após o ato, o congresso se transformará num grande festival de juventude. Estão confirmadas oficinas de Esportes Radicais, Artes Maciais, Teatro de Rua, Redes Sociais e Hip Hop (Com seus 4 elementos: Break, DJ, Rap e o Graffitti). Ocorrerão, também, debates específicos sobre as áreas de atuação da UJS. Após as oficinas e os debates, acontecerá a Plenária final, que elegerá a nova diretoria da organização e aprovará suas bandeiras de luta para os próximos 2 anos.

E para fechar com chave de ouro, teremos a apresentação da Banda Marcial da escola Ministro Marcos Freire e a apresentação de duas bandas do momento! Vai ser um show legal, aberto ao público, pra galera comemorar o vitorioso congresso da União da Juventude Socialista! Aguardamos a presença de toda juventude olindense que quer um Brasil justo, democrático, soberano e Socialista.


8º Congresso da União da Juventude Socialista
Data: 11 de maio (Sexta-feira)
Local: Mercado Eufrásio Barbosa (Varadouro)
Horário: A partir das 9h (Shows a partir das 18h).

A Constitucionalidade das Cotas Raciais.

Longe de descordar que, mesmo considerada como "coisa julgada", a destinação de cotas raciais em vagas nas universidades públicas do Brasil, ainda será um tema bastante debatido por várias pessoas nos mais diversos espaços. Se para muitos, a posição do Supremo Tribunal Federal em julgar a constitucionalidade das cotas raciais foi uma atitude coerente e racional, para outros, essa realidade será algo muito difícil de aceitar, independente da avaliação dos ministros do STF. 

Contudo, mesmo tendo que escutar os diversos argumentos proferidos pelos que são contrários ao sistema de cotas nas universidades brasileiras, não consigo encontrar um aspecto que possa fazer com que possa concordar com essas argumentações, por mais persuasivas que sejam.

Pois bem, ao longo da formação da sociedade brasileira, o que foi construído de favorável para a população negra desse país? De fato, não é preciso analisar com profundidade as raízes históricas e sociológicas do Brasil para concordar que a pobreza, a exclusão, o desemprego, a violência e a marginalidade tem sua cor preferida, a negra. Dessa forma, não podemos ser tão hipócritas ao ponto de defender o fim do racismo e das demais mazelas derivadas dessa forma de discriminação, sem ressaltar a necessidade de se gerar dentro do próprio Estado, os meios para que os milhões de negros e negras possam, de fato, se emanciparem, por si só de todos os problemas que afetam o seu cotidiano. E a criação de cotas raciais, sem dúvidas é uma dessas ferramentas emancipatórias. 

Sábia foi a reflexão do ministro, Lewandowski, quando no momento em que manifestou o seu voto como favorável às cotas, afirmou que o Estado, além deixar a sua posição de neutralidade sobre essa realidade, também estava, naquele momento, criando meios para viabilizar o desenvolvimento social da população brasileira.

E assim, considero que a decisão do STF de fato respondeu de forma virtuosa aos vários séculos de lutas protagonizadas por inúmeros cidadãos negros que em muitos momentos doaram as suas vidas para transformar a realidade construir um Brasil mais igualitário. Nesse contexto, considero que essa vitória não pertence apenas ao movimento negro, e sim, a todos os brasileiros que no histórico dia 26 de abril testemunharam um importante gesto promovido pelo poder público, visando o fortalecimento de políticas afirmativas capazes de promover o desenvolvimento social do país.

Neste Sábado a UJS-PE realizou debate sobre cultura

No último sábado (28/04), a  biblioteca pública de Olinda tornou-se um espaço de debate sobre a cultura, como manifestação do ser humano se expressar. O debate teve a participação dos coordenadores do Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE (União Nacional dos Estudantes), Rafael Buda e Daniel. Além dos palestrantes, também estavam presentes o presidente da UEP (União dos Estudantes de Pernambuco), Thauan Fernandes, o secretário de organização da UJS-PE, Matheus Lins e também o presidente da UJS-Olinda, Roberto Santana. 


O espaço se tornou um grande difusor de opiniões e de grandes trocas de conhecimento e de fortes manifestação de cultura.  O grande foco trabalhado no debate esteve relacionado a questão de como está sendo introduzida a cultura local dentro das escolas e universidade. 

A maioria desses espaços educacionais estão cada vez mais perdendo propriedade cultural, pois faltam incentivos, principalmente por parte dos governos. Assim, cada vez mais a cultura tradicional do povo Pernambuco vem perdendo espaço e  extinguindo-se.

A cultura é o ponto de partida direto da maneira como as pessoas se expressam, é também a forma de mostrar as características de um povo com todo seu conjunto de mitos e tradições. A UJS é dividida em frentes e sendo a frente de cultura ela produz e incentiva aos jovens produzir e se expressar pela cultura. "Vivemos num país rico em cultura, de tantas maneira de expressão, de tantas tradições, de tantos lugares que quando abordamos um assunto como a cultura, nos damos conta de como a nossa cidade, nosso estado, nosso país é grande e do mesmo tamanho é a cultura do seu povo".


É válido ressaltar que, além das explanações proferidas pelo Rafael Buda, a presença ilustre da poeta, Cida Pedrosa foi muito importante para avaliar como é o movimento cultural em Pernambuco, trazendo informações que tornaram o debate ainda mais rico. Ela citou exemplos de como a cultura ela pode transformar hábitos, transformar o ser humano. E nos espaços de educação como escolas e universidades tem sim que produzir cultura seja ela qual for.
Por Jader Piero.

8º congresso municipal da UJS OLINDA


UJS Lança a Tese de seu 16º Congresso


Com o tema grandes mobilizações e uma ampla campanha de filiação a UJS se organiza para o seu principal fórum. Com o tema Nas Redes e nas Ruas. Construindo o Brasil dos Nossos Sonhos, pretende atingir milhares de jovens nos quatro cantos do país. 
Nesta Terça, 24/04, foi lançada a tese para o congresso, texto elaborado pensando no momento que a juventude vive e em todas as suas armas de mobilização e seus campos de debates. Leia abaixo a tese.



TESE: NAS REDES E NAS RUAS, LUTANDO PELO BRASIL DOS NOSSOS SONHOS! 

Nos quatro cantos do mundo, a juventude tem ocupado as redes sociais e as ruas em torno de mobilizações politicas importantes. Seja na “Primavera Árabe”, com os #Indignados de Madri, os lutadores do #occupywallstreet em Nova Iorque, nas massivas mobilizações estudantis no Chile ou no agosto verde e amarelo e no #ocupebrasilia por 10% do PIB para a Educação dos estudantes brasileiros, a juventude segue revoltada com as desigualdades e injustiças que o capitalismo nos impõe. Mas, ao mesmo tempo, renova e reforça sua capacidade de sonhar e lutar por um novo mundo, mais justo e solidário. Nós somos da União da Juventude Socialista, organização revolucionária com milhões de faces que dão a cara jovem ao Brasil. Somos socialistas, somos jovens e andamos abraçados com o futuro e em busca da felicidade. A cada dois anos, realizamos o Congresso Nacional da UJS, em que debatemos e renovamos as nossas idéias. O Congresso da UJS é o espaço onde reunimos jovens que acreditam e lutam diariamente para transformar os nossos sonhos em realidade. Estamos presentes nos mais diversos setores da sociedade: no movimento estudantil, na cultura, na luta em defesa das mulheres, nas paradas LGBTs, nos sindicatos, no hip hop, no combate ao racismo, na defesa do meio-ambiente e em muitas outras lutas e movimentos. A UJS é o centro de organização de todas as formas de luta da juventude brasileira! Somos do time que acredita no Brasil e que corre atrás dos nossos sonhos! Temos orgulho de viver no Brasil da Copa do Mundo de 2014, das Olimpíadas de 2016 (seremos o 1º país da America Latina a sediar uma Olimpíada), da pátria que, nos últimos 8 anos, tirou mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza. E nos orgulhamos, especialmente, de ter sido a primeira organização de juventude a levantar a bandeira do PROUNI, programa que já colocou mais de 1 milhão de jovens pobres na Universidade! Aqui, na União da Juventude Socialista, encontram-se as bandeiras vermelhas, verde-amarelas e os nossos anseios, nossa rebeldia, nossa solidariedade e a luta diária pelo Socialismo. Não nascemos para o silêncio, nascemos para cantar e viver outra vida, melhor e mais justa. Assim será a república de trabalhadores que ajudaremos a construir. Nela estarão "os meninos e o povo no poder...". Nela será hasteada bem alta a bandeira do Socialismo e, nas faces de cada jovem, estará estampada a alegria. Venha com a gente nessa caminhada, participe dos debates do nosso Congresso, filie-se à UJS e faça parte do time que luta para o Brasil vencer! 

 O MUNDO E A CRISE CAPITALISTA.

O capitalismo mundial encontra-se na segunda e mais aguda fase de sua crise financeira, com economias em frangalhos e sem perspectiva de solução. Ela teve início em 2008, com a quebradeira geral de grandes bancos nos EUA, momento em que os estados nacionais correram para socorrer instituições financeiras privadas e evitar o “pior”. Entretanto, o momento atual revela a falsidade dos pacotes de salvamento e tem arrastado o mundo inteiro a uma situação de solvência completa de soberania, direitos sociais e trabalho. Não tendo de onde tirar mais recursos para manter o sistema em funcionamento, os países com fortes sintomas de crise cortam na carne do povo, suprimindo todo tipo de investimentos em áreas sociais como educação, saúde e sistema de assistência aos mais idosos, entre outros. As convulsões econômica e social que abalam as estruturas do capitalismo têm mobilizado todos os povos. Embora a imprensa tente localizar as revoltas árabes apenas na luta pela democracia, a verdade é que elas partiram do aviltamento da qualidade vida das populações destes países. Ao reivindicarem a solução do problema e não a obtendo - pelo contrário, foram duramente reprimidos -, os povos árabes se insuflaram contra os governos autoritários que, até então, tinham apoio incondicional das grandes potências mundiais. A primavera árabe é a primeira consequência direta dos problemas enfrentados pelo capitalismo. Os povos correm naturalmente em socorro dos seus direitos contra a tirania do capital financeiro e não seria uma surpresa que tais revoltas tomassem corpo em toda a sociedade e se espalhassem pelo mundo. Os movimentos de ocupação, as greves e passeatas gigantescas que ocorrem na Europa e, mesmo nos EUA, onde o movimento #ocupewallstreet teve grande repercussão, começam a desgastar o sistema como um todo. Ainda que em muitos países a direita tenha conquistado vitórias nos processos eleitorais, na Grécia o Partido Comunista chegou à incrível marca de 17% da preferência do povo. Ao mesmo tempo, em Portugal as imensas greves trabalhistas têm o PCP (Partido Comunista Português) como principal agente catalisador. Persistem também algumas experiências atrasadas na América Latina, como é o caso do Chile, onde milhões de estudantes e a população em geral, mobilizados pela Juventude Comunista do Chile (JJCC), realiza as maiores passeatas de sua história, tendo como bandeira central a gratuidade na educação pública. É preciso dar atenção também a realidade colombiana, hoje um protótipo da dominação que os EUA desejam implementar em todo o continente, haja vista a reativação da “quarta frota” para vigiar o litoral latino americano. Este mundo sacudido pela sanha imperialista vai ganhando novos contornos na sua conformação política, países como o Brasil tem aumentado seu poder de intervenção nas grandes questões mundiais e, o maior destaque desta realidade é a China socialista, que já detêm a maior parte da divida americana e é tida como fundamental para tirar a Europa de sua crise. Além disso, países como Argentina, Bolívia, Equador, Venezuela e Nicarágua, entre outros, seguem seu curso de desenvolvimento e ampliação dos direitos sociais. Destaque seja feito para a revolução cubana que, depois de muitos anos sofrendo o bloqueio econômico criminoso dos EUA, começa a realizar mudanças importantes em sua economia e tem apoio de diversos países, entre eles a China e o Brasil. Salta aos olhos esse novo momento que vive o mundo. Ao lado de muitos conflitos, supressão dos direitos mais básicos da população, está uma realidade de muita luta e combatividade, de denúncia generalizada do capitalismo, de mobilização de massas que há muito não ocorria, com a juventude sendo o elemento principal. É preciso fazer da aguda crise capitalista uma oportunidade para desfraldar a bandeira do socialismo, abrindo uma nova época para todos os povos 

E O BRASIL, COMO É QUE TÁ?

Nosso Brasil segue e avança diante de uma grande oportunidade de se transformar em uma nação mais justa para todos, desenvolvida, soberana e integrada de forma solidária com todas as nações. Nossa luta é por transformar o nosso país onde todos possam viver com dignidade e alegria. Daqui 10 anos, vamos comemorar o Bicentenário da Independência do país, um marco fundamental da nossa constituição enquanto nação. 2022 será também o centenário de passagens que fazem parte da nossa história, como a Semana de Arte Moderna de 1922 e a fundação do Partido Comunista do Brasil. A trajetória da nossa formação enquanto nação é dolorosa, repleta de percalços, sangue derramado e injustiças sociais, além de profundamente marcada pelos mais de trezentos anos de escravidão e por uma abolição que não buscou arcar com a inserção dos libertinos na sociedade, razão pela qual a discriminação racial é ainda uma chaga presente. Mas o suor e a bravura do povo estão contidos em todos os avanços que resultaram no país como conhecemos hoje. Também somos unidos, de norte a sul, pela mesma língua, pelo respeito às peculiaridades regionais e pelo sentimento de brasilidade. Somos admirados em todo o mundo por forjar a unidade em meio à nossa diversidade. Entretanto, muitas oportunidades foram desperdiçadas graças a opções das elites que, à margem dos interesses do país, preferiram o conservadorismo e o atrelamento às potências internacionais de cada época. Em que pese os inúmeros avanços conquistados durante o governo Lula, ainda temos muito para fazer. A eleição de Dilma, a primeira mulher a presidir o Brasil, foi mais um passo importante nessa direção. Mais de 55 milhões de eleitores escolheram o compromisso com o desenvolvimento, a soberania nacional, a democracia, a ampliação dos direitos sociais, a geração de empregos e a distribuição de renda contra a agenda atrasada apresentada pelo seu adversário. Essa grande conquista, obtida com papel importante dos movimentos sociais, abre perspectivas favoráveis ao país. O Brasil possui recursos naturais em abundância, é um país de vastas dimensões territoriais, grande contingente populacional e identidade nacional, somos a 6ª economia do mundo e uma nação ainda com enorme potencial. Esse momento, portanto, apresenta condições positivas para imprimir uma agenda de reformas estruturais, capazes de elevar o Brasil a patamares superiores de desenvolvimento. Agenda de 2012: Estatuto da Juventude, luta pelo PNE, Cúpula dos Povos na Rio +20, passe estudantil, drogas, violência policial, trabalho decente, ampliação do direito à cultura. 

SOCIALISMO É JOVEM!

Se há algo que a história não pode apagar é o peso da juventude no processo que se entende como transformação. Quem é jovem muda. Sempre mudou. No momento em que encara a primeira decepção, no instante em que solta a voz em um show de rock, numa roda de samba ou na primeira vez que saboreia o gosto da liberdade. Ao calçar seus tênis, furado ou novinho em folha, e sair às ruas, ao encarar o medo e os desafios que a vida impõe, os jovens acabam por transformar. Transformam o sonho. Transformam o velho. Transformam o mundo. Sem essa garra, seria impossível vislumbrar a luta pela construção de um mundo melhor, mais justo e soberano. O socialismo só será viável se contar com a participação dos jovens, a cada dia se mostram mais deslumbrados pelo sentimento de liberdade e união. São nossos sonhos que poderão dar seqüência a tarefa de avançar nas relações sociais e construir uma alternativa democrática para o futuro da humanidade. E quem terá coragem de dizer à juventude que sonhos são bobagens? Mudar era uma bobagem até o dia em que o primeiro estudante de Paris lançou a primeira pedra nas autoridades repressoras em 1968. Ou quando a coragem de Honestino Guimarães refez a trajetória do movimento estudantil. Ou ainda quando milhares de caras-pintadas alteraram o rumo da década de 90. Sem contar Olga Benário, Helenira Rezende, Luís Carlos Prestes e tantos outros jovens brilhantes da nossa trajetória de luta que acreditaram em seus sonhos e mudaram a concepção de uma época. O socialismo da UJS tem o jeitinho do Brasil. Não esmorece frente aos desafios e faz carnaval mesmo após a quarta-feira de cinzas. Ilumina o peso que pesa a cada dia que passa. Não por menos, é a cara dos mais de 50 milhões de jovens brasileiros. Tudo isso pode ser entendido e transformado se tiver em sua essência a busca pela felicidade. A luta por esse objetivo é uma prova máxima de que se pode ser jovem para sempre. 

 DEMOCRACIA É JOVEM!

A ideia de que é preciso garantir políticas públicas para a juventude não é recente no Brasil e vem se desenvolvendo há alguns anos, principalmente a partir da década de 90. Políticas e programas para jovens sempre existiram, mas o entendimento de que é necessário um conjunto amplo e articulado de políticas estruturou-se recentemente, a partir da ousadia dos jovens em sair às ruas e reivindicar seus direitos. Foi assim que a UJS demonstrou, por exemplo, que é possível se mobilizar contra aqueles que não acreditaram na força dos jovens e foi a campo articular no corpo a corpo com os deputados o direito de votar aos 16 anos. Sem dúvida, essa página da história foi uma grande conquista para a UJS e para a juventude. Também foi depois de muito suor que o Estado brasileiro reconheceu os jovens como uma parcela específica da população, com suas particularidades, potencialidades e demandas próprias. Isso quer dizer que hoje a juventude não significa apenas uma breve passagem da vida infantil para a adulta. A aprovação recente da PEC da Juventude, que contou com intenso apoio e mobilização da UJS, é a prova viva do avanço do país. As políticas públicas devem fomentar a estruturação de mecanismos adequados para que os jovens possam desenvolver sua formação, processar suas buscas e construir seus sonhos. Um exemplo claro é o incentivo da formação de Conselhos de Juventude pelos municípios e estados. É dentro do Conselho que o governo e a sociedade civil debatem juntos as políticas públicas e procuram soluções para os desafios enfrentados pelos jovens. É também dentro dele que todas as bandeiras de juventude podem se assentar e se unir, somando vozes para resolução de problemas locais. Isso deixa claro que o papel da entidade é defender as boas políticas públicas e reivindicar mais direitos. 

O QUE É ESTATUTO DA JUVENTUDE?

O Estatuto da Juventude é uma declaração de direitos e deveres dos jovens, acrescida de uma estrutura jurídica mínima que permita a eles discutir, formular, executar e avaliar as políticas públicas de juventude. Em outras palavras, é um instrumento jurídico-político para promover e legitimar os direitos da juventude, reconhecendo que os jovens, entre 15 e 29 anos, são atores sociais estratégicos para a transformação e melhoria do Brasil. A aprovação do Estatuto na Câmara dos Deputados, no fim de 2011, foi, sem dúvida, a maior conquista do século para a juventude e um marco na história brasileira. O texto estabelece, entre outras metas, transporte público gratuito para estudantes e meia passagem em transportes interestadual e intermunicipal. O estatuto assegura, ainda, uma série de direitos como a meia-entrada para estudantes em eventos culturais e de lazer, financiamento estudantil e ações afirmativas para garantir acesso ao ensino superior a jovens negros, indígenas, com deficiência e oriundos de escola pública. 

UMA EDUCAÇÃO FORTE PARA OS DESAFIOS DO BRASIL.

Para construir esse Brasil que sonhamos, uma coisa é fundamental: EDUCAÇÃO! O Brasil que buscamos construir é, no sentido mais amplo da palavra, desenvolvido, economicamente forte, soberano, com grande arcabouço de infraestrutura, desenvolvimento científico e tecnológico próprio, com desenvolvimento social (de nada adianta crescer a economia se esta não propiciar uma alteração na distribuição da renda de nosso país) e com preocupação ambiental. São muitas as aspirações e nós temos a convicção que essas transformações começam pela escola e pela universidade. Perseguimos em nosso horizonte uma reforma educacional profunda, que perpasse a construção de um Sistema Nacional Articulado de Educação, com uma visão sistêmica, do ensino infantil à pós graduação. A Escola que a gente quer... Na última década, foram mais de 26 milhões de brasileiros que ingressaram na Classe C e levaram o país ao posto de 6ª maior economia do mundo. Vamos, ainda, sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Para quem olha superficialmente essa fotografia parece que já alcançamos um estágio de desenvolvimento ímpar, porém estamos longe disso. Não há desenvolvimento se a ESCOLA brasileira não der resposta aos desafios que o país demanda. Assim, o Brasil vem mudando e a Escola brasileira continua sucateada, parada no tempo. É preciso registrar que algumas medidas vêm sendo tomada, como o FUNDEB e a retomada do ensino técnico por meio da rede de Institutos Federais e Escolas Técnicas e também do Pronatec. No entanto, ainda não se verifica uma mudança substancial na educação básica. A escola pública atual é aquela em que a criança só começa a estudar a partir dos 06 anos de idade, que a maioria dos professores não recebem nem o piso salarial de remuneração, onde as quadras esportivas estão esburacadas, o acesso aos computadores é restrito e a banda larga não virou realidade. As instituições particulares, por sua vez, também não são o exemplo perfeito. Mesmo não tendo problemas estruturais, sucumbem todas à indústria dos cursinhos e à visão mercadológica da Educação. Que Brasil é esse? Sem dúvida, esta não é a escola adequada para o Brasil de hoje, muito menos para o Brasil que lutamos para construir. A Escola do Novo Brasil precisa de professor valorizado. O primeiro elemento para uma escola de qualidade são os professores com remuneração adequada e formação continuada. Outro elemento é a infraestrutura. O ambiente escolar carece de salas de aula arejadas, espaços de convivência, quadras, laboratórios, acesso à tecnologia e banda larga. Só a partir daí poderemos pensar em estabelecer no Brasil uma jornada de aulas maior. O Brasil conta hoje com uma carga diária de aulas de 04 horas/dia, sendo a menor do mundo. Queremos uma escola que aprofunde os conhecimentos básicos, mas que apresente à criança e ao jovem o uso da tecnologia e o mundo do trabalho, que tenha forte integração social com a comunidade, que pratique o desporto e incentive a cultura e as artes como parte da formação educacional. Assim, um passo significativo é a ampliação da jornada diária de aula para o mínimo de 07 horas diárias. Uma atenção que precisamos ter é com o Ensino Médio, já que milhares de jovens abandonam a escola nessa fase. A retomada da função do ensino médio para o almejado Sistema Nacional Articulado de Educação precisa se dar nos marcos da busca incansável pela qualidade, mas também pela sua função social. Além dos professores e de uma nova infraestrutura, a busca pela qualidade do ensino médio tem muito a ver com a mudança de currículo. Queremos novos conteúdos que preparem o jovem tanto para o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental quanto para a formação cidadã e a formação para o mundo do trabalho com o desenvolvimento de novas tecnologias. Assim, nós enxergamos com bons olhos um currículo estruturado em Base Nacional Comum e Parte Diversificada Eletiva, algo que vai ao encontro do debate nacional sobre a flexibilização curricular. No que diz respeito à função social do ensino médio, entendemos que o elemento decisivo é o trabalho. O trabalho responde às expectativas dos brasileiros. Logo, achamos que no currículo obrigatório para todas as escolas deve ter uma disciplina teórica de iniciação ao mundo do trabalho, de acordo com o potencial regional, e uma disciplina prática, que ensine ofícios que não concorram com o Ensino Técnico Profissionalizante. É com trabalho que a gente faz um país A retomada do ensino técnico no Brasil é sinal de grandes avanços por dois motivos: o seu papel no desenvolvimento do país e por ser um elemento no sistema de educação estruturado para a formação de mão-de-obra. Na última década, os estudantes brasileiros conquistaram 214 novos Institutos Federais e o fomento às redes estaduais de escola técnica. No ensino técnico profissionalizante existe a possibilidade do ensino técnico integrado ao ensino médio e do ensino técnico subseqüente ao ensino médio, ambas formas decisivas para a construção de uma nação. Porém, esses avanços ainda são insuficientes para os desafios do Brasil. Devemos perseguir uma radical ampliação do ensino técnico, pois ainda existe o risco de um apagão de mão-de-obra. É preciso valorizar o ensino técnico integrado ao médio, com a formação cidadã e a construção da ciência e da tecnologia. Neste sentido, no mínimo 35% dos jovens que acessam o ensino médio deveriam ter a oportunidade de cursar o ensino técnico integrado ao médio numa instituição pública de ensino, equivalente a, no mínimo, 3 milhões de vagas. 

PRONATEC.

O Pronatec é um programa de governo que tem o objetivo de acelerar a formação de mão-de-obra no Brasil. É composto por cinco partes: instalação de mais 201 novos Institutos Federais, fomento à implantação de redes estaduais de escola técnica, ampliação do alcance do FIES para o ensino técnico profissionalizante, tanto para estudantes quanto para empresas que desejem aperfeiçoar a formação de seus funcionários, mais de 400 mil vagas à distância e a complementação do ensino médio pelo Sistema S no contraturno. O Pronatec dá resposta às pautas dos estudantes brasileiros e contribui para o desenvolvimento do Brasil. Todavia, é preciso ter atenção à parte do Pronatec que complementa o ensino médio no Sistema S, pois precisamos estar vigilantes quanto sua qualidade, o que significa ser rígidos na contratação de professores e não apenas de monitores para ministrarem as aulas. Para tanto, devemos continuar lutando pelo espaço dos estudantes na gestão do Pronatec. Além disso, precisamos de uma oferta maior de cursos técnicos para complementar as lacunas dos cursos profissionalizantes que, por sua baixa complexidade, não preenchem todas as demandas. Assim, devemos lutar para alcançar a proporção de no mínimo 50% das vagas via Sistema S ao ensino técnico. Próximo Passo: Universidade! A UJS, ao longo de sua história, tem lutado incansavelmente para democratizar a universidade. A universidade que queremos é o lugar onde estudam milhões de brasileiros, ricos, pobres, negros, brancos, índios... É o lugar onde o saber não é passado de forma hierárquica, onde predomina a autonomia financeira, pedagógica, científica e didática. Na universidade que queremos, há a valorização do ensino, da pesquisa e extensão, além de eleições democráticas para reitor, seja a instituição pública ou particular. A partir dessa concepção de universidade, perseguimos e conquistamos 1 milhão de vagas nas universidades pelo Prouni, derrubamos o sistema meritocrático puro do vestibular e conquistamos o ENEM e o Sistema de Seleção Unificada (SISU), criando mais possibilidades de acesso. Dobramos as vagas nas universidades públicas com o Reuni, conquistamos reserva de vagas para estudantes de escolas públicas em várias universidades federais brasileiras e, dessa maneira, ajudamos a construir uma nova realidade no ensino superior! Em que pese as mudanças, a universidade que perseguimos ainda está muito distante de se concretizar. Mesmo com 1 milhão de vaga após o Prouni, apenas 13,8% dos jovens estão matriculados nos cursos superiores. Milhões de estudantes de escola pública ainda largam o ensino médio por não terem a perspectiva de entrar na universidade. Dentro desse cenário, nosso principal instrumento para alcançarmos a universidade que queremos é a Reforma Universitária. É por meio desse projeto que o movimento estudantil brasileiro apresenta suas aspirações para uma universidade a serviço do Brasil, a serviço da libertação das opressões. Se ainda falta muitos pontos da Reforma a serem conquistados é porque ainda estamos muito distante da universidade que queremos. Reforma Universitária a serviço do Brasil A Reforma Universitária dos estudantes brasileiros é o plano mais completo de transformação da universidade, concentrando os elementos de democratização e de qualidade com muito peso. No Brasil de hoje, com Pré-Sal, Copa, Olimpíadas e atração de indústrias internacionais, os desafios para fixar o desenvolvimento soberano são enormes. A universidade é parte importante nesse processo e, portanto, precisa estar antenada a esses desafios. Nesse sentido, o cenário político exige que os elementos de qualidade e busca permanente pela excelência ganhem maior relevância na luta política pela Reforma Universitária dos estudantes brasileiros. Na universidade particular, a questão da qualidade tem sido uma demanda constante. A rigor, toda universidade deve manter atividades de ensino, pesquisa e extensão, mas a vida real das instituições privadas mostra que apenas o primeiro quesito é contemplado. Assim, é muito residual a presença de professores com dedicação exclusiva, bem como são minoria no corpo docente os professores mestres e doutores. Há também questões como as taxas abusivas e falta de laboratórios adequados. Essa é a realidade que pretendemos reverter. Atualmente, o Brasil já precisa de milhões de quadros para dirigir os principais postos de desenvolvimento e só a universidade pode suprir tal necessidade. Vivemos um momento em que é preciso conduzir a juventude para a intelectualidade e para a produção de pesquisa. Em que pese as 37 mil bolsas oferecidas pelo PIBIC no ano de 2011, a quantidade é pífia em relação às demandas da produção científica. O Brasil precisa de mais jovens nas empresas juniores, de um grande programa nacional de extensão, de infraestrutura adequada, de alta tecnologia e professores com dedicação exclusiva, atingindo um novo patamar de qualidade. As universidades federais, sem dúvida, são o modelo que mais se aproximam deste projeto de qualidade educacional. Todavia, precisamos prestar muita atenção às instituições estaduais, pois a maioria não responde a nenhum padrão de qualidade. Atualmente fora da visão sistêmica da educação, as estaduais precisam ser parte do Sistema Nacional Articulado de Educação. Assim, a autonomia mal-financiada dessas universidades deve ser substituída por metas educacionais de qualidade, num plano muito bem estruturado de expansão, além de contar com apoio financeiro que só pode vir de quem detém a visão mais geral da educação: o Governo Federal. Financiamento da Educação Para que as idéias sobre os rumos da educação brasileira possam se tornar realidade, é imprescindível um financiamento da educação robusto. É consenso de todos que lutam pelo progresso da educação no Brasil que precisamos destinar 10% do PIB em investimentos diretos na educação. Além disso, o momento de rápido crescimento garantido pela indústria do petróleo alavancado pela descoberta do pré-sal precisa ter uma função social para o povo brasileiro. Hoje, entendemos que o principal gargalo é a EDUCAÇÃO, sendo esse o elemento decisivo para a produção tecnológica soberana. Assim, defendemos que 50% do fundo social do pré-sal seja destinado para educação, ciência e tecnologia. Um PNE a serviço do Brasil O Plano Nacional de Educação 2011-2020 ainda não foi aprovado no Congresso Nacional e tem sido alvo de grande disputa, pois é o instrumento que pode assegurar uma política de Estado para a educação brasileira nos próximos 10 anos. Ele contempla vários aspectos da educação brasileira e foi o projeto que mais teve emendas desde a promulgação da nossa Constituição. Assim, são muitas as possibilidades de se aprovar um PNE que seja reflexo do debate do movimento educacional, da última Conferência Nacional de Educação e, sobretudo, da luta política concreta. A principal disputa do PNE 2011-2020, sem dúvida, está concentrada nos 10% do PIB para a educação. Até agora, as negociações dão conta do projeto destinar 8% do PIB para os investimentos globais da educação, o que equivaleria a apenas 7% de investimentos diretos em uma década de mudanças estruturais na educação, algo que aumenta os investimentos, mas não contempla a demanda dos 10% do PIB para a educação. Por esse motivo, toda a juventude pretende elevar o tom do discurso e buscar todos os aliados possíveis para conquistar 10% do PIB para o setor. 

PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO.

 10% do PIB; - 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação, Ciência e Tecnologia; - Disputar os rumos do PNE 2011-2020 no Congresso Nacional, para que sejam incorporadas as bandeiras dos estudantes brasileiros; - Aprovação imediata do PNE 2011 – 2020 no Congresso Nacional; - Construção do Sistema Nacional Articulado de Educação; - Universalização do ensino infantil; - Erradicação do analfabetismo; - Transformação do padrão de qualidade nas escolas brasileiras a partir das premissas a seguir: *Valorização dos Professores (Melhores salários, mais concursos e formação continuada), *Retomada da função social do Ensino Médio, *Alteração da estrutura curricular do Ensino Médio para Base Nacional Comum e Parte Diversificada Eletiva, *Inserção de disciplinas relacionadas ao mundo do trabalho na Base Nacional Comum do Ensino Médio, *Inserção de novos conteúdos na educação básica como cultura, desporto, artes, integração social e novas tecnologias, *Nenhuma escola sem salas de aula arejadas, quadra esportiva, biblioteca, laboratórios e banda larga, *01 computador por aluno, *Aumento da jornada diária de aula para o mínimo de 07 horas diárias; - 35% da oferta de vagas do Ensino Médio integradas ao Técnico em instituições públicas; - 3 milhões de vagas no Ensino Técnico por meio da rede de Institutos Federais e Escolas Técnicas Estaduais; - Política de Assistência Estudantil para os estudantes de Escolas Técnicas; - Meia-Entrada para os estudantes brasileiros, como forma de complementação da educação; - Aperfeiçoamento do ENEM; - Ampliação radical do acesso ao Ensino Superior para atingir a marca de 40% dos jovens (18 a 24 anos) na universidade até 2020; - Mais vagas nas universidades públicas, com novas metas de expansão a cada 05 anos; - Adoção de políticas afirmativas, na forma de lei, como o PL 73/99 da Reserva de Vagas para estudantes de escolas públicas; - Duplicação das vagas do Prouni; - Expansão e reestruturação das universidades estaduais, a partir de complementação orçamentária do governo federal; - Garantia da democratização da universidade brasileira, aprovando a composição paritária dos espaços de decisão das instituições, como os conselhos universitários, e a eleição direta para Reitor tanto no setor público como no privado; - 1,5% do orçamento global do MEC para o Plano Nacional de Assistência Estudantil, além de 14% dos orçamentos de cada universidade pública para a rubrica de Assistência Estudantil; - Triplicar a oferta de vagas em programas de pesquisa na graduação; - Aumento do valor da bolsa do PIBIC; - Fortalecimento da Extensão nas universidades brasileiras; - Nas universidades públicas, lutar para que 1/3 do corpo docente seja em regime de Dedicação Exclusiva e carga de 40 horas semanais, como forma de assegurar a qualidade, de acordo com os termos da LDB (Lei de Diretrizes e Bases); - Estabelecer regime de colaboração para o ensino superior entre União, Estados e Municípios para formação de professores; - Proibir a circulação do capital estrangeiro nas universidades privadas como forma de garantir qualidade e soberania sobre a educação brasileira; - Regulamentação do Ensino Superior privado; - Fortalecimento do SINAES; - Desenvolver uma política nacional de fomento às empresas juniores e aos estágios curriculares. - Desenvolvimento Soberano: Educação, Ciência e Tecnologia Prouni O Programa Universidade para Todos (Prouni) atingiu 1 milhão de bolsas concedidas no ano de 2012. A União da Juventude Socialista é parte desta vitória, sendo protagonista na luta pelo acesso dos estudantes às universidades e pelo Brasil dos nossos sonhos. Apenas com a conquista do Prouni, transformamos o sonho de 1 milhão de famílias em realidade. Porém, apesar dos motivos para comemoração, ainda são apenas 13,8% dos jovens que têm acesso à Universidade, o que nos faz perseguir a constante ampliação do programa. Precisamos lutar sistematicamente pela duplicação das vagas do Prouni, rumo aos 2 milhões de bolsas! O debate do Prouni, no entanto, não se restringe às vagas. Muitas vezes, a situação de permanência dos estudantes prounistas é muito complicada, principalmente pela falta de recursos para transporte e material didático. Há ainda a questão da impossibilidade de acesso a outros tipos de bolsas de pesquisa ou extensão, a cobrança desproporcional de resultados e até a discriminação por seus pares em sala de aula. Por isso, não podemos permitir que o estudante prounista seja tratado como estudante de segunda classe. É o momento de cobrarmos do governo um sistema de contrapartida das universidades que aderem ao Prouni com foco na qualidade da educação. Assim, para além da vaga que a universidade oferece, ela precisa oferecer um pacote que ajude a democratizar os espaços de decisão dentro das universidades particulares e que aumente o nível de qualidade, com medidas como o desenvolvimento de programas de pesquisa e de extensão com participação de prounistas e qualificação do corpo docente. 

 A CIÊNCIA NÃO TEM PÁTRIA; O CIENTISTA TEM! 

Em 2011, o Brasil alcançou a posição de 6ª maior economia do mundo. Na geopolítica mundial, consolidou seu espaço na exportação de bens primários, com destaque para os alimentos e minérios em estado bruto. Sem dúvida, para sermos a 6ª maior economia do mundo dois elementos são decisivos: a exportação dos bens primários e o fortalecimento do mercado interno. Esses são dados do momento de crescimento que o nosso país vem passando. Para nós, que lutamos pelo Brasil dos nossos sonhos, o crescimento mencionado é importante, mas não corresponde ao desenvolvimento nacional que almejamos, pois esse crescimento perpetua o Brasil como um país de serviços que exporta alimentos e fortalece os serviços, nos deixando de fora da produção científica e tecnológica mundial. Não queremos um país que importa televisões, tablets e, pior, que copie tecnologia desenvolvida em outros países. Queremos uma produção tecnológica e científica própria, queremos um país industrializado e com uma estrutura cada vez mais complexa, pois queremos produzir robôs, foguetes e computadores. Um desenvolvimento nacional soberano, além do componente econômico e tecnológico, passa necessariamente por um componente social forte - ou seja, distribuição de renda -, além do componente ambiental. E isso tudo só é possível num ambiente democrático consolidado. Nesse caminho, entendemos que a universidade tem um papel decisivo. É lá que se formam as novas gerações da intelectualidade brasileira, a partir de debates acerca dos problemas estratégicos do Brasil e, sobretudo, da valorização da pesquisa científica. Para alcançarmos um novo momento de desenvolvimento tecnológico é preciso cumprir com uma etapa anterior: a incrementação da pesquisa científica. Precisamos pesquisar mais e melhor, visando atender prioritariamente às questões estratégicas para o desenvolvimento nacional. Não queremos – nem podemos - proibir a pesquisa científica de descobrir, por exemplo, o melhor hidratante para as peles negras. Porém, o centro da pesquisa científica nacional deve dar alternativas à produção energética, gargalos da tecnologia de ponta, impasses ambientais etc. Entendemos que esse é um papel do Estado, com a prioridade ao fomento de agências como o CNPQ, FINEP e CAPES. Dentro desse cenário, a pós-graduação brasileira ganha relevância estratégica. Hoje, o Brasil já é o 13º país no ranking de publicação científica e a pós-graduação stricto sensu vem crescendo - só em 2010 o Brasil formou 41 mil mestres e 12 mil doutoures. Isso significa que o país mais que dobrou a quantidade de mestres e doutores desde 2001. A ampliação da pós-graduação brasileira é um elemento definidor da capacidade do Brasil no setor e, por esse motivo, não podemos nos contentar com os patamares atuais. Para a pós-graduação, existe outro elemento definidor de nossos objetivos nacionais de desenvolvimento: o valor das bolsas disponibilizadas. É preciso avançar na compreensão de que o pós-graduando não é apenas um simples estudante, mas é um estudante/trabalhador e que o seu objeto de estudo/trabalho é avançar na pesquisa e formação educacional estratégica para o país. E mais: o jovem pós-graduando já tem seus anseios de formação de família e vida profissional mais maduros e a academia deve disputar esse jovem com o mercado de trabalho. Ora, o Brasil precisa de quadros pensar, estudar e pesquisar os rumos estratégicos de nosso país! Assim, a questão da bolsa na pós-graduação stricto sensu é fundamental, sendo impensável admitir 4 anos sem reajustes das bolsas em nosso país. Aliado a isso, é preciso inovação. A capacidade do Brasil em disputar tecnologias internacionalmente tem uma forte correlação com a inovação tecnológica que carece de política totalmente desenhada pelo Estado. A inovação se dá no ambiente da universidade, do instituto de pesquisa ou da empresa, e o Brasil, no último período, tem fomentado bastante a inovação tecnológica. Todavia, precisamos refletir mais sobre esse tema na tentativa de reverter a mentalidade do setor produtivo brasileiro pela redução da margem de lucro e, ao mesmo tempo, incentivar a ampliação dos investimentos em novos talentos. Ciência Sem Fronteiras O Ciência sem Fronteiras é um programa de governo voltado para a formação educacional e científica nas áreas de engenharia, ciência básica e tecnológica, disponibilizando 75 mil bolsas nas melhores universidades do exterior para brasileiros da graduação e pós-graduação e utiliza como um dos critérios de seleção a nota do ENEM. Levando em conta a realidade de protagonismo econômico e político do Brasil, o programa é uma das respostas à falta de profissionais qualificados para os postos de trabalho que o nosso país oferece, e a maior deficiência está nas ciências exatas (engenheiros, químicos, técnicos em prospecção de petróleo etc.). Enviar estudantes brasileiros para estudar em universidades com padrão de excelência é um importante investimento de médio prazo, em iniciativa que auxilia no salto de produção tecnológica nacional que tanto precisamos. Afora isso, há um impacto cultural da presença de brasileiros no exterior que ajuda a firmar o espaço e o respeito pelo Brasil mundo afora. Por fim, precisamos refletir sobre a questão do mérito como critério de seleção para o Ciência sem Fronteiras. É óbvio que não queremos que o programa concentre seus investimentos em estudantes que teriam condições de pagar por seus estudos no exterior. Por outro lado, também não achamos que as ações de governo devem ser exclusivas para os pobres, pois acreditamos no papel do Estado nacional, que não deve existir apenas para quem precisa. Assim, qual o método para que o Ciência sem Fronteiras atinja uma parcela heterogênea de estudantes? O governo brasileiro deu uma resposta: o mérito. A seleção leva em consideração as notas do ENEM e o histórico escolar dos estudantes. É verdade que muitos dos melhores históricos escolares nas universidades se deve ao fato desses estudantes terem uma formação básica em escolas particulares, mas isso não é tudo. É verdade que o maior esforço pela perfeição do desempenho acadêmico nas universidades vem justamente daqueles com maior dificuldade de acesso, que enxergam na universidade uma oportunidade única de ascensão social. Assim, não podemos satanizar o sistema de mérito; ao invés disso, é preciso valorizar e refletir em como contribuir para que esse sistema se torne o mais justo possível e possa inserir mais estudantes de baixa renda.

PROTAGONISMO E PRESENÇA NA LUTA PELO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO. 

A UJS sempre teve um grande orgulho da originalidade e inteligência do povo brasileiro. Esse povo que se fortaleceu vencendo as adversidades na construção de novos conhecimentos, novas visões de mundo. O que falta, muitas vezes, é investimento e incentivo para que toda essa criatividade seja absorvida na busca de novos saberes. Nenhum país se desenvolve plenamente sem autonomia científica, pois não nos basta mais ser reconhecido apenas pela produção de commodities. É por isso que a UJS acha fundamental despertar a juventude para as possibilidades que estão apresentadas na área de ciência e tecnologia, coisa que procura fazer em sua atuação na Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG). Como estamos sempre buscando mais conhecimento e da popularização da ciência, o caminho para um país soberano se torna mais rico e mais cheio de boas possibilidades. 

VIOLÊNCIA É CARETA!

Dentro ou fora dos grandes centros urbanos, os jovens sabem: são eles as principais vítimas de ataques contra sua integridade e até mesmo sua liberdade de se manifestar. Como seria se vivêssemos em um mundo pautado pelo respeito à diversidade? Como seria se não vivêssemos em um mundo com tantas leis restritivas e atitudes cruéis que ainda impedem a batida constante da geração que vai ser o futuro do país? Mesmo com tantos avanços sociais, os dados apontam que a violência entre jovens de 15 a 24 anos cresce constantemente. Na última década, enquanto 1,8% das mortes entre adultos foram causadas por homicídios, no grupo jovem a taxa chegou a 39,7%. Pesquisas também revelam que os jovens da década de 80 tinham as epidemias e doenças infecciosas como as principais ameaças as suas vidas. Atualmente, tais ameaças foram substituídas pelas chamadas “causas externas”, como a violência urbana. Em todas as situações, a juventude negra é a mais penalizada, sendo urgente investimentos para garantir seus direitos e combater o preconceito e discriminação. Para superar essa realidade, a UJS se mobiliza constantemente pelas ruas do Brasil. A nossa arma é a prática da cultura de paz e da solidariedade como expressão de uma sociedade mais humana.

CRACK, SÓ SE FOR DE BOLA! 

A juventude, além de compreender a transição da infância para a fase adulta e uma etapa que carrega comportamentos de risco, engloba um momento específico marcado por muitas mudanças na formação e diferentes sensações. É um período importante do desenvolvimento humano, no qual se criam e compartilham sentimentos muitas vezes nunca sentidos. A falta de informação e sensibilidade de governantes contribuíram na construção de políticas equivocadas para o controle do tempo livre dos jovens, essencial para a formação enquanto indivíduo. É nesse cenário que se pode analisar a estratégia antidrogas no Brasil e a relação entre juventude e consumo de crack. Nos últimos anos, o consumo de entorpecentes - especialmente o de crack - aumentou, juntamente com a capacidade de entorpecimento e a redução dos preços. Consequência disso foi o aumento da violência por toda parte. O principal levantamento sobre o consumo de crack, feito em 2011 pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), aponta que em 4.430 das 5.565 cidades brasileiras há consumo da droga, especialmente entre jovens. A pesquisa, porém, não traz uma evolução histórica da presença do crack e carece de informações de capitais importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Analisando a atual conjuntura, a UJS entende que a política de drogas deve ser tratada como uma questão de saúde pública, conectada a uma atuação pública mais ampliada que dê conta de dialogar com a juventude. Os jovens devem ser vistos como sujeito de direitos, capazes de decidirem soluções para melhorar suas condições de vida. Crack? Só se for de bola! Cracolândia – uma terra sem pai nem mãe O surgimento de uma área de uso do crack em São Paulo é o desdobramento mais recente de um longo processo de deterioração do centro da cidade, iniciado ainda na década de 1950. As zonas abandonadas foram escolhidas por viciados em todas as cidades do mundo, segundo diversos estudos. A concentração dos “crackeiros” foi, portanto, um processo natural, uma vez que o alto grau de dependência da droga exige um local onde o poder público não está presente. Conhecida como “Cracolândia”, essa área em São Paulo fica entre a Santa Efigênia e os Campos Elísios. Em 14 dias de ação, essa região foi objeto de um projeto de “revitalização” por parte da prefeitura de São Paulo. O saldo: 103 usuários de drogas e frequentadores da região foram presos pela polícia com uso da cavalaria, spray de pimenta e muita truculência. O problema disso tudo é a estratégia de “dor e sofrimento” que a polícia tem adotado de nada vai adiantar para resolver a questão dos dependentes químicos em situação de rua, que só têm se dispersado pelo centro. Precisamos agir com mais amor e a estratégia, de forma alguma, deve ser militar. 


MULHERADA AQUI TEM VEZ E VOZ.

Já ficou para trás o tempo em que as mulheres eram personagens invisíveis de nossa história. Não dá mais para falar de Brasil sem lembrar as contribuições femininas no fortalecimento de nossas lutas e de nossa identidade nacional, através da coragem de mulheres como Anita Garibaldi, Olga Benário e Loreta Valadares, sem falar na conquista histórica que representou a chegada da primeira mulher à presidência da República Brasileira. Dilma Rousseff é, sem dúvida, uma inspiração para homens e mulheres que acreditam numa sociedade sem opressões. Na UJS não é diferente: a mulherada ocupa cada vez mais lugar nas entidades que participamos, seja no movimento estudantil ou no comando das grandes mobilizações que a galera faz por aí. Todo esse otimismo não significa nem de longe que o machismo foi superado no Brasil e no mundo. É preciso partir agora do patamar em que chegamos e garantir mais direitos para as mulheres, rumo a um mundo com igualdade de genero. A UJS sabe que a emancipação total só se dará nos marcos de uma nova sociedade e por isso não abandona a luta conjunta de gêneros. Na busca por creches nas escolas e universidades e por mais participação feminina nos espaços voltados para a produção científica e tecnológica, no direito de tomada de decisões sobre o próprio corpo e na busca por políticas de saúde especiais também se constrói essa nova sociedade. Em ano de eleição, nunca é demais lembrar que nós ainda temos uma das representações políticas mais desiguais no que tange a questão de gênero. O Brasil ocupa a 116º posição no índice mundial de participação de mulheres no Parlamento elaborado pela União Interparlamentar (UIP). Dessa forma, é fundamental se mobilizar por uma Reforma Política democrática, que garanta mais participação de mulheres nos espaços de poder e decisão. 

RACISMO NÃO É OPINIÃO, É CRIME!

A riqueza da formação e sentido do povo brasileiro é um de nossos maiores patrimônios. Ele é resultado da miscigenação e da mestiçagem de três grandes grupos civilizatórios: ameríndios, brancos portugueses e os negros africanos. Essa bonita mistura é grandiosa e gerou um povo novo, uno, original. Mas toda essa construção não aconteceu exatamente de forma pacífica e, até hoje, mais de um século depois do fim da escravidão, os negros ainda são vítimas de racismo e de exclusão social e econômica. Se é verdade que é difícil ser jovem no Brasil, as dificuldades são ainda maiores quando se trata da juventude negra. Um forte sintoma dessa realidade é mostrado no mapa da violência do país. Até a década de 1980, a principal causa de morte entre os jovens se relacionava com doenças e epidemias. De lá para cá, essas razões foram substituídas pelas chamadas “causas externas”, que são os acidentes de trânsito e a violência (62,8% das mortes). Neste ponto, há um elevado índice de vítimas de cor negra, morrendo mais do que o dobro daqueles de cor branca. Combater o racismo e o genocídio da juventude negra é uma palavra de ordem permanente na UJS. Um país com igualdade de oportunidades para a juventude não se constrói sem a superação dessa vergonhosa marca. Incluir a juventude negra nas escolas e universidades e nos espaços de poder trás para o Brasil a perspectiva de construção de uma nação verdadeiramente democrática. 

HOMOFOBIA É CRIME!

Chega de meios termos: homofobia é crime sim. Temos um movimento consistente contra as barbaridades que se cometem em nome do "eu não gosto do jeito que você leva sua vida". Porém, políticas devem ser implementadas para que possamos criminalizar todo e qualquer preconceito. Afinal das contas, os direitos humanos ou valem para todos e todas ou não valem para ninguém. No contexto internacional, 75 países criminalizam a homossexualidade com cárcere e, dentre eles, sete punem os homossexuais com a pena de morte. Aqui no Brasil, muitas discussões e avanços marcaram a luta das comunidades de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) em 2011. Após muito debate e grandes mobilizações, uma grande vitória foi obtida pelo movimento: a autorização e reconhecimento do casamento gay no país pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a UJS quer mais e as políticas públicas que garantem direitos devem continuar. O pacto federativo deve ser efetivo e os estados e municípios precisam, acima de tudo, assumir responsabilidades, com instalação de coordenadorias e de um Conselho específico, além da criação de um plano para implantação dessas regulamentações, que funcionaria com a garantia de recursos orçamentários, controle social, transversalidade, equidade de gênero, regionalidade, territorialidade, recorte étnico-racial, geracional e garantia da acessibilidade universal. A regra é simples: não queremos guerra, queremos paz e amor ao próximo. RIO + 20 Não dá para enriquecer destruindo tudo que se vê pela frente. O desenvolvimento precisa se conectar com os permanentes desafios da preservação ambiental - sem demagogia, mas com muita idéia boa na cabeça! Garantir o desenvolvimento sustentável é jogar a favor de um país que precisa crescer com respeito à biodiversidade e atento para os desafios de nossa soberania alimentar, energética e tecnológica. Em 2012, vai rolar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que marca o 20º aniversário de um encontro semelhante que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992. O evento pode vir a ser mais um encontro em que os chefes de Estado e de Governo declarem a necessidade de erradicar a fome e de solucionar os problemas ambientais sem que, posteriormente, os compromissos assumidos saiam do discurso e passem para a ação efetiva. Para que isso não aconteça, é preciso que as soluções apresentadas sejam profundas, sem cair na pegadinha da “economia verde” dos santuaristas e daquelas ONGs estrangeiras que escondem seu compromisso com as corporações que mais poluem no mundo. Temos que colocar no centro das políticas agrícolas e alimentares a defesa da soberania alimentar das nações e garantir que as responsabilidades dos países sejam comuns, porem diferenciadas: não dá para querer que os países pobres e em desenvolvimento tenham as mesmas obrigações que os EUA, por exemplo. E é pra fazer muita pressão que, paralelamente ao Rio + 20, se reunirá a Cúpula dos Povos,: um espaço para apresentar alternativas e protestar contra a demagogia daqueles que não querem contribuir para o desenvolvimento sustentável do nosso planeta. 

EU QUERO PASSE-LIVRE SIM!

A luta dos estudantes, em toda a sua trajetória, foi marcada pela irreverência e ousadia em seus protestos de rua. Foi assim ao enfrentar uma ditadura e foi assim ao exigir eleições diretas. E será sempre assim na defesa dos interesses nacionais. A mobilidade urbana, a acessibilidade e a qualidade do transporte sempre foram constantes discussões que unificaram a luta dos estudantes em todos os estados brasileiros. Ultimamente, no entanto, assistimos a uma embaraçosa relação entre protestos estudantis e a polícia, esta última arquitetando constantes ações repressoras contra a livre manifestação. Coincidência ou não, a atitude violenta aconteceu em vários Estados em 2011, como no Piauí, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Pernambuco, colocando em xeque a garantia dos direitos da nação. As autoridades devem entender que o espaço público é um centro de sociabilidade que, fora dos limites da casa e da escola, permite à juventude exercitar o seu protagonismo e se expressar de maneiras diversas. Circular e conviver na cidade qualifica a relação entre os jovens e os coloca em contato com manifestações políticas e culturais que enriquecem sentidos e vínculos. É fundamental incentivar de forma democrática o exercício da circulação por todo território, pois é nele que os laços de solidariedade, as relações entre vizinhos e as relações sociais acontecem e consolidam. Somos absolutamente contra o aumento de tarifas no Brasil e entendemos que o passe-livre estudantil é a única saída para promovemos de forma eficiente o desenvolvimento juvenil. 

EU QUERO ME COMUNICAR!

São nítidas as grandes transformações pelas quais os meios de comunicação passaram desde o surgimento da internet. Hoje, a tendência entre os jovens é uma demanda cada vez maior por conteúdo, no formato e no momento desejado. Sem dúvida nenhuma, a juventude também é a que mais utiliza as novas formas de comunicação: estão antenados em seus computadores, nas lan houses, com seus laptops, celulares, tablets e tantos outros instrumentos que permitem o acesso rápido à informação. Frente a esse consumo frenético, um dos grandes desafios diz respeito à forma de democratização dessa transformação, tornando tais instrumentos acessíveis a toda a população, numa condição determinante para a construção de uma sociedade inclusiva e justa. O monopólio é um verdadeiro entrave para esse processo. Tudo isso também está garantido na Constituição Federal, é fato. Mas sua efetividade na prática depende de políticas públicas no setor, tanto do ponto de vista do acesso à informação como do incentivo à criação de novos meios de comunicação baratos e acessíveis . A Internet é livre e não abrimos mão da implementação do Programa Nacional de Banda Larga, indispensável para o desenvolvimento nacional e que trará impactos diretos na vida do jovem. Não engoliremos SOPA! Se há um elemento revolucionário na Internet, o SOPA é a contraposição a essa ideia, representando a reação conservadora que pretende restaurar uma ordem que deixou de fazer sentido nesse universo. Para entender melhor a situação, vamos aos fatos: o SOPA (Stop Online Piracy Act) é um projeto de lei tramitando no Judiciário dos Estados Unidos que visa proteger os produtores de conteúdo da proliferação indevida e não-remunerada de suas criações. Em outras palavras, um filme distribuído de forma pirata pode valer uma pena desde bloqueio do canal que hospeda o arquivo – torrent, P2P ou HTTP – até processo judicial e prisão dos proprietários do dito canal. O SOPA não afetará apenas os Estados Unidos, pois além de concentrar a maior parte da infraestrutura da rede, o país concentra quase todos os serviços e sites utilizados diariamente pelos jovens na propagação de conteúdo, como Youtube, Facebook, WordPress, Google, Gmail, Twiiter, e muitos outros. Entendemos que numa sociedade de grandes monopólios econômicos e podres poderes políticos, a internet é o lugar de respiro e resistência. Somos a favor da produção e veiculação de conteúdos com licenças flexíveis e incentivos que fomentam o desenvolvimento e utilização de softwares livres. Não engoliremos essa SOPA! Regular não é censura! Em todos os países do mundo as atividades relacionadas à comunicação são regulamentadas por lei. É assim nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina. No Brasil, a Constituilção Federal já garante este controle sobre a mídia, mas as leis precisam ser efetivadas. Para isso, é necessária uma série de medidas como a proibição da propriedade cruzada dos meios de comunicação, a regionalização da produção cultural, a criação de conselhos estaduais de comunicação e uma maior redistribuição das verbas publicitárias públicas. 

 EM DEFESA DA CULTURA BRASILEIRA.

Antes vista como entretenimento, a produção cultural ganhou um novo sentido nos últimos tempos e passou a ser pauta fundamental do poder público. Na linha de frente desse novo paradigma está, sem dúvida, a juventude, que sempre explorou ao máximo as linguagens da cultura nas mais diversas transformações sociais das quais foi protagonista. É também nosso dever consolidar esse patrimônio e fazer circular toda e qualquer manifestação cultural, assim como criar mecanismos que garantam a democratização da cultura nacional e da produção independente nas TVs, rádios, internet, teatro, música e cinema. Iniciativa pioneira do Ministério da Cultura brasileiro, o Programa Cultura Viva, do qual fazem parte os Pontos de Cultura, representou uma ruptura com os antigos padrões de financiamento da área cultural e pode ser visto como grande avanço nesse sentido. O governo passou a incentivar o trabalho de organizações e entidades civis, contribuindo para dar visibilidade à pluralidade e diversidade da cultura brasileira. Por meio da descentralização de recursos e empoderamento da sociedade, os fazedores de cultura tornaram-se articuladores e protagonistas de parte da política cultural nacional. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os pontos de cultura reúnem hoje cerca de 8 milhões de pessoas em torno de suas iniciativas. Outra forma de democratizar o acesso à cultura é a aprovação da meia-entrada para estudantes de todo Brasil. Continuamos na luta pela garantia nacional desse benefício, deturpado em 2001 pela MP 2208 que, sem dúvida, consolidará uma sociedade pautada pela riqueza de conhecimentos de todos os tipos. Defender a meia-entrada para estudantes brasileiros é uma forma de fazer circular a cultura em nossa juventude não somente para uso próprio, mas para uma formação coletiva responsável por uma nação muito mais humana e positiva. 

A UJS DE CARA-PINTADA – 20 ANOS DO “FORA COLLOR”! 

Há vinte anos, os estudantes protagonizaram um dos momentos mais marcantes da história brasileira: nas ruas de todo o país, os caras-pintadas, liderados pela UBES e a UNE, lutaram até que o “excelentíssimo” Fernando Collor sofresse o primeiro e único impeachment pelo qual já passou um presidente do Brasil. Aquela luta foi uma das maiores demonstrações de solidariedade e compromisso dos estudantes com os rumos do país, mas não foi a única: o engajamento em bandeiras que vão muito além das pautas do dia-a-dia é a cara dos secundaristas e universitários brasileiros. Além de promover melhorias na educação, o que a rapaziada quer mesmo é mudar o país inteiro! A UJS deixou sua marca em todas essas lutas. A participação dos jovens socialistas na UNE e na UBES foi decisiva para que elas voltassem suas atenções às grandes questões nacionais. Na opinião da UJS, essas entidades devem ser autônomas, transparentes e apartidárias. Mas isso não significa nem de longe que elas não devem ter lado. Nas escolas, nas faculdades e nas ruas, os estudantes estão do lado de tudo que joga a favor do Brasil, em defesa da democracia e da soberania do país. É papel da UBES e da UNE organizar o conjunto dos estudantes brasileiros na perspectiva de uma nação plenamente desenvolvida. Isso traz centralidade para a ação da UJS no movimento estudantil. Diferentemente do que dizem por aí, ele proporciona o diálogo com todas as linguagens, todas as tribos. As entidades estudantis são megafones que atingem muito mais gente e que contribuem para a construção e fortalecimento de outras frentes de luta da juventude. Toda a galera está na escola e na universidade e, se não estiverem, é preciso lutar pela democratização da educação para que estejam. A UJS está onde a juventude está. Por isso, temos um encontro marcado: mais estudantes lutando com a UJS é mais irreverência e combatividade na luta por um novo Brasil. 

NO TRAMPO, A GENTE DEFENDE MAIS DIREITOS. 

Engana-se quem acha que é fácil ser jovem no Brasil. Muitas vezes é preciso tocar o dia a dia numa correria que combina estudo, família e trabalho. Embora o crescimento econômico tenha ajudado a combater o problema do desemprego, ainda são muito difíceis as condições de trabalho da galera jovem. A UJS sempre defendeu a inserção qualificada da juventude no mercado e conta hoje com um importante aliado: a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB. A história de luta dos trabalhadores, assim como a dos estudantes, se confunde com a história do próprio Brasil. No último século, a mobilização sindical contribuiu de forma decisiva para a abertura democrática e para a conquista de direitos. É para defender essa classe e contribuir para um novo país que a CTB foi criada – e nessa briga, não tem poupado esforços! A UJS quer que o movimento dos trabalhadores tenha também a cara da juventude, sempre renovada e com garantia total de liberdade sindical. Todo mundo (centrais sindicais, sindicatos etc.) precisa se juntar por evoluções como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, que permitirá mais organização e melhor qualidade de vida dos trabalhadores, sejam eles novatos ou experientes. 

NA LUTA PELA REFORMA AGRÁRIA. 

Um país de dimensões continentais como o Brasil não pode se conformar com tanta terra na mão de tão pouca gente. O país possui, hoje, uma das distribuições fundiárias mais desiguais do mundo. De acordo com o 2º Plano Nacional de Reforma Agrária elaborado em 2003, o Brasil possui 120 milhões de hectares improdutivos, concentrados em apenas 54 mil propriedades, ao mesmo tempo em que 4 milhões de famílias não têm seu pedaço de chão para trabalhar. Não dá para permitir que tamanha distorção permaneça no país que queremos construir. A Reforma Agrária é um desafio democrático que se relaciona com a necessidade de assegurar a soberania alimentar de nosso povo, de erradicar a fome no país. Não queremos com isso subestimar o papel que grandes propriedades produtivas jogam para a economia brasileira, mas precisamos também distribuir a terra para aquela gente com coragem e disposição de torná-la cada vez mais produtiva. Claramente, não podemos deixar de lado o respeito ao meio ambiente e às condições decentes de trabalho, pois, infelizmente, ainda existem milhares de brasileiros trabalhando na zona rural em condições similares à escravidão. É com o respeito à função social plena da terra que construiremos um Brasil soberano e desenvolvido. A UJS também está dentro dessa luta. 

DOIS GOLAÇOS. 

O Brasil é a bola da vez no calendário esportivo dos próximos anos. O futebol, a cara da juventude brasileira, se prepara para ser o centro das atenções em 2014 e já estava mais do que na hora de o “país do futebol” sediar novamente uma Copa do Mundo! Dois anos depois, na Cidade Maravilhosa, atletas de todo mundo aportam no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos. Talvez muita gente não saiba, mas esses megaeventos têm a marca da juventude socialista: foi pelo trabalho dos Ministros Orlando Silva, ex-presidente nacional, e Aldo Rebelo, fundador da União da Juventude Socialista, que tudo isso se concretizou. A UJS quer que a Copa e as Olimpíadas façam das nossas cidades lugares mais humanos e estruturados, com soluções para as dificuldades que a gente enfrenta diariamente, desde o transporte público até a falta de segurança. Além disso, são essas realizações que possibilitarão ao povo brasileiro a renovação de sua paixão pela prática esportiva, algo que já vem sendo estimulado com programas do Ministério dos Esportes como “Segundo Tempo” e “Pintando a Cidadania”. A juventude agora tem mais oportunidade no esporte e está presente no futebol, no basquete, na natação, no atletismo e em tantas outras modalidades. Esse time de campeões em coragem e cidadania deixa sua marca na UJS. Eis a hora de ver nossa bandeira erguida nos pódios do Rio em 2016! 

A LUTA É UMA SÓ – SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL.

A UJS é brasileira, mas se solidariza com as lutas democráticas de todo o mundo e se esforça pela construção de uma cultura de paz e contra a guerra. Cresce na galera a consciência de que a luta contra as opressões é uma só, a idéia de que o capitalismo é um sistema que precisa ser superado, pois essa “liberdade” que ele tanto apregoa na verdade oprime a maior parte da população mundial. É por saber que a luta anti-imperialista é fundamental na busca por uma nova sociedade que a UJS participa ativamente da Federação Mundial da Juventude Democrática – FMJD, tendo a honra de ocupar hoje a vice-presidência. Há 67 anos, a FMJD luta pela paz e por transformações sociais, com as mãos armadas do desejo de mudanças e do espírito abnegado de uma juventude que tem certeza da ausência de opções para um futuro de paz e fraternidade com o capitalismo. 

UJS RUMO AOS 30 ANOS - AS LUTAS DA JUVENTUDE.

Desde a primavera de 1984, se reúnem na União da Juventude Socialista jovens de todo o Brasil que acreditam ser possível romper com as contradições do capitalismo e construir um país socialista. Mas não é nenhum modelo pronto de nova sociedade: é um Socialismo com a nossa cara, com a cara do Brasil, de sua história, sua alegria e sua juventude. Desde o início da década de 1980, novas gerações vestem a camisa dessa República dos trabalhadores que queremos construir. Com a aproximação de seu 30º aniversário, não basta à UJS somente lembrar suas lutas e vitórias. Não basta lembrar que ela foi decisiva para a conquista do voto aos 16. Não basta lembrar que ela derrubou o presidente “Collorido” e que resistiu bravamente aos anos em que o presidente das elites, FHC, vendeu o Brasil. Não basta se orgulhar de ter contribuído para a eleição do primeiro presidente operário e da primeira mulher presidenta da história do país e, desde então, ter feito muita pressão para que o governo avance no caminho das mudanças. Só uma UJS do tamanho do Brasil nos bastará. A UJS se fortalece quando o Brasil cresce. Não somos daqueles que acham que o ambiente mais favorável para a vitória das forças progressistas é a terra arrasada e não fazemos a propaganda do medo. Quando o povo brasileiro vence, a UJS vence junto. É por isso que o futuro apresenta grandes possibilidades para a juventude socialista. Na medida em que o Brasil avança, nossa galera vai ficando cada vez mais exigente. E quem acha que pode mais, quem sonha com mais, quer um Brasil socialista! De olho nesses objetivos, o desafio da UJS é ser cada vez maior. Uma entidade do tamanho dos sonhos da juventude, presente em todos os lugares. Nas redes, trocar uma idéia com toda a galera que quer mudar o Brasil e convencer mais gente de suas idéias. Nas ruas ou em casa, lutar por dias melhores e escrever a história nas avenidas. Só com uma UJS de milhões construiremos nossa vitória! Nas esquinas, nas praças, nas salas de aula, no cinema e nas festas, lutamos pelo Brasil dos nossos sonhos! 

MILHÕES DE CORAÇÕES PULSANDO COM A UJS.

 Uma coisa é certa: mudar o Brasil é um trabalho de milhões de corações pulsando em um só compasso, qualquer que seja a cor e o estilo! Mas para organizar essa bagunça boa e mudar a vida da juventude brasileira é preciso ter um contato permanente quem encampa nossas idéias. É na Rede UJS que isso acontece. Ela é um instrumento de interação e divulgação daquilo que a gente pensa sobre vida e sobre o mundo, o espaço para organização e interação. Se você está fora, entre: caia na Rede UJS! (http://ujs.org.br/redeujs).

CORAGEM, EU SEI QUE VOCÊ PODE MAIS! 

 Tem algo que diferencia a galera da UJS? Não! Aqui cabe todo mundo que quer mudar o Brasil pra melhor. Nas pequenas atitudes e nas grandes passeatas, a ação planejada da UJS faz com que a juventude crie condições para protagonizar o futuro, mas desde o presente fazer história. O papo aqui é ter atitude. A atitude socialista de quem se entristece com a miséria, mas que encontra nela inspiração para conquistar mais direitos. Parafraseando Guimarães Rosa: “o que a vida quer da gente é coragem!”

| Convertido para o Blog da UJS-Olinda